Volatilidade redefine o papel dos escritórios na performance e longevidade do trader

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O crescimento do mercado de renda variável e o avanço da volatilidade transformaram o perfil do trader. Com isso, o nível de exigência sobre atendimento, acompanhamento e especialização aumentou de forma significativa.

Em um ambiente cada vez mais competitivo, escritórios e mesas especializadas passaram a assumir um papel central não apenas na execução das operações, mas na sustentação da performance e, sobretudo, na longevidade operacional de quem atua no curto prazo.

Esse movimento foi detalhado por Vinicius Moura, Head de distribuição trader da XP, Rodrigo Imperatriz, CEO da Nomos, e Victor Hugo Riffel, Head da mesa trader da Ável, que concederam uma entrevista ao InfoMoney durante o evento Profit Summit, ao explicar como a personalização do atendimento, a proximidade com o cliente e o uso de dados vêm se consolidando como diferenciais competitivos no universo do trading.

Volatilidade favorece o trader

Para Vinicius Moura, o ambiente recente favoreceu diretamente o trader, justamente pelo aumento das oscilações e dos eventos que ampliam o movimento dos preços.

Além disso, segundo Moura, o operador de curto prazo não busca direção, mas sim volatilidade, o que explica o bom desempenho do segmento e as expectativas positivas para os próximos anos.

“O público trader é um público que está muito mais interessado na volatilidade do que para onde o mercado está indo. Por isso esse ano foi um ano bom e o ano que vem projeto um ano melhor ainda”, afirma.

Ainda de acordo com Moura, o principal desafio do trader não é o ganho pontual, mas a capacidade de permanecer ativo no mercado ao longo do tempo.

Nesse sentido, o suporte especializado se torna decisivo para reduzir erros recorrentes e aumentar a sobrevivência operacional. 

“Quando a gente olha no perfil de cliente trader, é muito importante que ele tenha um especialista ao lado, uma espécie de copiloto, uma espécie de assistente mesmo, para que ele consiga ter mais longevidade nesse mercado”, observa.

Personalização sustenta a performance

Ao analisar o universo do trading, Vinicius Moura destaca que o crescimento dos escritórios está diretamente ligado à capacidade de oferecer um atendimento altamente personalizado para um público que opera sob um regime de risco mais elevado.

Segundo ele, esse modelo de atuação explica não apenas a maior adesão dos traders, mas também o desempenho consistente dessas estruturas ao longo do tempo. “E quando a gente olha para esse mundo de trading, a gente percebe que os escritórios conseguiram entregar para esse público um nível de personalização muito grande”, afirma.

A partir dessa lógica, Moura observa que essa personalização não se refletiu apenas na experiência do cliente, mas também em resultados concretos ao longo dos últimos anos, com impacto direto no crescimento dos escritórios e no volume operado.

Para ele, a combinação entre entendimento do perfil de risco do trader e entrega sob medida ajudou a sustentar uma performance acima da média no segmento. “E quando a gente olha crescimento de volume e tudo mais, os escritórios tiveram a melhor performance ao longo dos últimos anos. E eu elenco isso em alguns pilares”, afirma.

Modelo de servir diferencia escritórios

Por outro lado, Moura explica que essa performance é sustentada por um modelo de atendimento desenhado especificamente para o trader, que possui comportamento, rotina e necessidades muito diferentes do investidor tradicional.

“O primeiro ponto aqui é modelo de servir: os escritórios conseguem dar para esse perfil de cliente exatamente o nível de personalização que ele precisa”, ressalta.

Nesse contexto, a especialização se torna decisiva para que o atendimento seja efetivo e aderente à dinâmica operacional de quem expõe capital diariamente e atua de forma intraday. “Os escritórios com a expertise que eles têm e conseguindo navegar bem nesse mundo, eles conseguem entregar algo específico para esse cara”, explica.

Moura explica que, apesar do crescimento do segmento, o mercado de trading possui propostas muito semelhantes entre diferentes casas.

Diante disso, ele destaca que a personalização do atendimento se torna o principal fator de distinção competitiva. “Então, minimamente, eu consigo servir de uma maneira específica, ao ponto de que realmente faz a diferença quando tem alguém que entende do tema. Conseguimos ter diferenciais competitivos melhores do que está sendo oferecido”, explica.

Escritórios ganham escala e relevância

Ao detalhar a evolução desse modelo, Vinicius Moura observa que a especialização e a personalização fizeram com que alguns escritórios atingissem um nível de escala antes associado apenas às grandes instituições financeiras.

Segundo ele, esse movimento evidencia a força do atendimento nichado e da proximidade com o trader. “Hoje, um fato muito curioso, inclusive, até na própria XP, dos Escritórios Plugados da XP, tem escritórios que fazem isso tão bem que acabam sendo maiores que até muitas corretoras do mercado”, afirma.

Proximidade como vantagem competitiva

Na visão de Rodrigo Imperatriz, CEO da Nomos, estruturas mais enxutas permitem decisões mais rápidas e maior aderência às necessidades reais do cliente, o que se reflete diretamente na qualidade do atendimento e nos resultados.

“Como a gente tem uma estrutura menor, a gente consegue ficar mais próximo do cliente e desde a alta gestão até o assessor que está na ponta com o cliente, a gente consegue entender as dores e pensar como melhorar”, explica.

Além disso, Imperatriz destaca que o escritório atua como um elo estratégico entre cliente e corretora, ajudando a direcionar não apenas a operação diária, mas também a alocação do patrimônio.

“Quando o cliente chega para operar, muitas vezes ele não tem noção do percentual do patrimônio que ele vai colocar para risco, e a gente conhecendo o cliente a gente consegue direcionar parte desse patrimônio para uma locação em renda fixa, em fundos, em produtos que vão aumentar a vida do cliente”, orienta.

Atendimento humanizado ao trader

Victor Hugo Riffel, Head da mesa trader da Ável, classifica o trader como um cliente self-service, que opera de forma autônoma, mas que ainda assim precisa de suporte especializado e escuta ativa.

Nesse contexto, para ele, o fator humano é o ponto de partida da personalização. “O principal dentro dessa personalização para o cliente self-service é ter alguém para conversar. É ter alguém com um atendimento humanizado, especializado no assunto. Isso faz diferença no dia a dia”, afirma.

Riffel ressalta que, muitas vezes, o trader não encontra interlocutores fora do mercado, o que torna o relacionamento com a mesa ainda mais relevante.

“Quando a gente está do outro lado, não só a personalização, mas ter uma escuta ativa do outro lado, conseguir falar de mercado, trazer para ele ideias, num dia que ele tiver perdas, ter alguém um ombro amigo”, observa.

Estrutura que sustenta performance

Ao traçar um paralelo com o automobilismo, Moura reforça que ninguém assume risco em alta velocidade sem uma retaguarda técnica sólida. “Você não vai ver nenhum piloto profissional correndo em uma pista de corrida sem uma estrutura por trás, sem uma equipe que mostra para onde ir, onde reduzir a velocidade e onde acelerar”, afirma.

Por fim, segundo Moura, esse é exatamente o papel que os escritórios vêm desempenhando no mercado atual: oferecer a estrutura necessária para que o trader tenha mais clareza, controle e chances reais de longevidade.

“Os escritórios têm feito muito bem esse trabalho, sendo a estrutura que apoia o piloto que está lá tomando risco todos os dias”, conclui.

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