
Em uma semana importante para os mercados globais, os investidores voltam suas atenções para as reuniões de política monetária dos principais bancos centrais do mundo, com a alta do petróleo na mesa por conta do conflito Israel-Irã.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic em 14,75% ao ano, diante do cenário de incerteza fiscal e pressão no câmbio. Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve também é amplamente esperado a manter os juros na faixa de 5,25% a 5,50%, mas o foco recairá sobre o comunicado e o discurso do presidente Jerome Powell, que podem dar pistas sobre o início de um ciclo de cortes. O Japão e o Reino Unido também divulgam suas decisões de juros ao longo da semana, o que pode gerar volatilidade adicional nos mercados.
No Brasil, além do Copom, os dados do IBC-Br, divulgados nesta segunda-feira (16), devem oferecer uma prévia importante sobre o ritmo da atividade econômica no país, especialmente diante de um ambiente de juros elevados e consumo recuando. Lá fora, indicadores como vendas no varejo, produção industrial e pedidos de auxílio-desemprego nos EUA também devem ajudar a compor o cenário macroeconômico que influencia diretamente os ativos de risco.
Diante desse pano de fundo, os mercados financeiros devem continuar operando com sensibilidade às expectativas de juros, tanto aqui quanto no exterior. O comportamento dos principais ativos — como Ibovespa, dólar futuro, índices americanos e o Bitcoin — tende a refletir essa combinação de fatores macroeconômicos e técnicos. A seguir, veja a análise gráfica atualizada de cada um desses ativos e os pontos-chave de suporte e resistência que podem direcionar o movimento dos preços nos próximos dias.
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Análise técnica do Ibovespa
Após três semanas consecutivas de baixa, o Ibovespa voltou a encerrar uma semana no campo positivo, mostrando um respiro dentro de um movimento ainda corretivo no curto prazo. A alta recente ocorre em meio a um cenário técnico mais amplo de valorização em 2025, período em que o índice renovou seu topo histórico na faixa dos 140.381 pontos. No entanto, a recuperação da última semana ainda não foi suficiente para consolidar a retomada da tendência altista, pois o ativo segue oscilando entre as médias móveis no gráfico diário — um sinal de indefinição e cautela.
Para que o índice retome com força o viés de alta, será fundamental vencer a faixa de resistência entre 137.931 e 138.800 pontos. Acima desse patamar, o mercado pode buscar novamente os níveis de 139.540 a 140.381 pontos, com possível extensão até os alvos projetados em 141.780 e 142.585 pontos.
Por outro lado, se o movimento corretivo ganhar força, a perda da região de suporte entre 136.000 e 135.715 pontos pode acelerar as quedas. Nesse caso, o mercado passa a mirar faixas mais baixas, como 134.990/134.118 e, em um cenário mais negativo, o patamar de 132.870 pontos.

Análise técnica do Dólar
O dólar futuro mantém trajetória descendente desde o fim de 2024, quando alcançou o topo técnico em 6.557 pontos. Desde então, o ativo vem renovando mínimas ao longo de 2025, sendo a mais recente registrada em 5.542,5 pontos. No acumulado do ano, a moeda americana já recua 12,97%, sendo 3,47% somente neste mês de junho. Apesar de uma leve alta de 0,29% na última sessão, o gráfico diário segue apontando tendência de baixa, com o ativo negociando abaixo das médias móveis.
Caso ocorra o rompimento da mínima do ano, o movimento de desvalorização pode se intensificar, com alvos intermediários em 5.492 e 5.442 pontos, e projeções mais longas para 5.400 e 5.329 pontos. A ausência de força compradora e a pressão estrutural sobre o real — influenciada por fluxo cambial, política fiscal e juros externos — sustentam a perspectiva negativa no curto prazo.
Para que haja uma mudança mais significativa na estrutura técnica do dólar, seria necessário que o ativo rompesse com consistência as resistências imediatas em 5.600 e 5.612 pontos. Acima desses níveis, o dólar poderia buscar as regiões de 5.645,5 e 5.667, com alvo mais longo em 5.684/5.745 pontos. No entanto, por ora, o viés permanece baixista.

Confira a análise dos minicontratos:
- Day Trade hoje: o que esperar dos minicontratos e do Ibovespa nesta segunda (16)
- Mini-índice (WINM25): confira os pontos de suporte e resistência nesta segunda (16)
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Análise técnica da Nasdaq
Após tocar a mínima do ano em 16.542 pontos, a Nasdaq iniciou um forte movimento de recuperação, impulsionada por entradas compradoras expressivas. O índice voltou a negociar acima da faixa psicológica dos 20 mil pontos e acumula valorização de 2,95% no ano, com alta de 1,36% em junho. A trajetória atual é de alta no gráfico diário, com o ativo acima das médias móveis, mas o candle deixado na última semana — de corpo pequeno e sombras — sugere possível perda de força e sinal de correção.
Para manter a estrutura altista, a Nasdaq precisa superar a zona de resistência entre 21.838 e 22.041 pontos. Acima dessa faixa, o índice teria espaço para testar o topo histórico em 22.222 pontos, com alvos técnicos projetados em 22.625 e depois na região entre 23.000 e 23.120 pontos. Um rompimento dessas marcas confirmaria nova fase de topos e fundos ascendentes.
Por outro lado, caso haja aumento da pressão vendedora, a perda do suporte entre 21.591 e 21.470 pontos pode abrir espaço para correção mais acentuada. Os próximos suportes estão em 20.777/20.290, com alvo estendido em 19.150 pontos, caso o enfraquecimento da tendência se intensifique.

Análise técnica do S&P 500
O S&P 500 também vem em trajetória de recuperação desde que atingiu sua mínima anual em 4.835 pontos. Em junho, o índice acumula ganho de 1,10%, somando alta de 1,62% em 2025. Apesar disso, o candle deixado na última semana sugere possível desaceleração do movimento de alta, com chance de correção para reaproximação das médias móveis, que permanecem como suporte dinâmico no gráfico diário.
Para retomar com firmeza a tendência de alta, o índice precisa romper a resistência em 6.059 pontos. Se superado, o próximo alvo seria a máxima histórica em 6.147 pontos, com projeções posteriores em 6.195 e na faixa de 6.300 a 6.308 pontos. Esse rompimento consolidaria um novo ciclo de valorização.
Caso o mercado ceda à pressão vendedora, a perda da região de suporte entre 5.963 e 5.843 pontos poderia dar início a uma correção mais profunda. Nesse caso, os suportes seguintes se encontram em 5.767/5.720 pontos, com possibilidade de queda até a faixa dos 5.580/5.500 pontos, onde o índice pode voltar a atrair fluxo comprador.

Confira nossas análises:
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Análise do Bitcoin
O Bitcoin (BTC) atingiu recentemente um novo topo histórico em US$ 111.917, após forte recuperação que começou a partir da mínima do ano em US$ 74.393. Desde então, o ativo passou a se mover lateralmente, refletindo uma disputa entre compradores e vendedores, com as médias móveis achatadas e indicando ausência de tendência clara no curto prazo. No acumulado de 2025, a criptomoeda registra alta de 12,45%, apesar das recentes semanas de correção.
Para retomar a trajetória de alta, o ativo precisa vencer a resistência entre US$ 106.270 e US$ 110.268. Um rompimento dessa faixa pode levar novamente ao topo histórico, em US$ 111.917, e, se superado, os próximos alvos projetados ficam em US$ 112.540 e US$ 115.180. Essa movimentação abriria caminho para nova perna de alta no mercado cripto.
No cenário oposto, a perda do suporte em US$ 104.080/US$ 101.615 pode acelerar a pressão vendedora, com alvos intermediários em US$ 98.000 e US$ 92.950. Uma perda mais significativa pode levar o Bitcoin a testar a região dos US$ 88.720, intensificando o fluxo de realização e enfraquecendo o sentimento de alta no curto prazo.

IFR (14) – Ibovespa
O IFR (Índice de Força Relativa), é um dos indicadores mais populares da análise técnica. Medido de 0 a 100, costuma-se usar o período de 14. Leitura abaixo ou próxima de 30 indica sobrevenda e possíveis oportunidades de compra, enquanto acima ou próxima de 70 sugere sobrecompra e chance de correção. Além disso, o IFR permite a aplicação de técnicas como suportes, resistências, divergências e figuras gráficas. A partir disso, segue as cinco ações mais sobrecomprados e sobrevendidos do Ibovespa:

(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
- O que é uma linha de tendência na análise gráfica?
- O que são médias móveis e como usá-la para estratégia de Trade
- Bandas de Bollinger: como usar e interpretar?
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.
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