
A agenda econômica do Brasil está esvaziada nesta terça-feira (17), com investidores aguardando a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a Selic, marcada para amanhã (18). Sem indicadores relevantes previstos para divulgação, o mercado local permanece em compasso de espera.
Do lado político, a Câmara dos Deputados aprovou na véspera um requerimento de urgência para acelerar a tramitação de um projeto que suspende os efeitos do decreto do governo Lula que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Nos Estados Unidos, às 9h30 serão divulgados os preços de importados de maio, com previsão de queda de 0,2%, e as vendas no varejo no mesmo mês, que devem recuar 0,7%. Às 10h15, será conhecida a produção industrial de maio, com expectativa de leve alta de 0,1%. Já às 11h, saem os estoques empresariais de abril, que devem permanecer estáveis.
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Cúpula do G7, no Canadá. Às 8h, ele participa da cerimônia de boas-vindas aos Chefes de Estado e de Governo. Em seguida, às 8h15, Lula participa da foto oficial do evento. Às 8h50, o presidente tem reunião bilateral com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney. Às 10h, participa da Sessão 7 – Segurança Energética, um almoço de trabalho com os líderes do G7. Às 12h30, Lula se reúne com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy. Em seguida, às 13h20, tem encontro com o chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz. A agenda se encerra às 15h30, com partida de volta para Brasília.
O Copom inicia hoje o primeiro dia de reuniões sobre a decisão de política monetária.
EUA
9h30 – Vendas no varejo
9h30 – Preços de importados
10h15 – Produção industrial
11h- Estoques empresariais
INTERNACIONAL
Evacuação de Teerã
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou nesta segunda-feira que a população de Teerã deveria deixar a cidade “imediatamente”, em apoio aos avisos do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que lançou um ataque massivo ao Irã. Trump não deu mais detalhes sobre o motivo da postagem. Quase 10 milhões de pessoas vivem na capital iraniana.
Fluxos de investimento
Os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) para países em desenvolvimento despencaram para US$ 435 bilhões (R$ 2,4 trilhões) em 2023, o menor patamar desde 2005, segundo relatório do Banco Mundial divulgado na segunda-feira (16). Para as economias avançadas, o volume foi ainda menor: US$ 336 bilhões (R$ 1,86 trilhão), o pior nível desde 1996. O documento alerta que o aumento de barreiras comerciais, riscos geopolíticos e fragmentação econômica ameaça os esforços de desenvolvimento global. China, Índia e Brasil concentraram quase metade dos fluxos de IED entre 2012 e 2024.
ECONOMIA
INSS
Aposentados e pensionistas do INSS que contestaram descontos associativos já podem consultar as respostas das entidades nas agências dos Correios ou pelo aplicativo Meu INSS. Segundo os Correios, mais de 500 mil manifestações foram registradas, e as respostas estão sendo liberadas gradualmente. O INSS já contabiliza 3,2 milhões de contestações, enquanto cerca de 90 mil beneficiários reconheceram os débitos. Se a entidade não apresentar justificativa, o INSS exigirá devolução dos valores. Caso haja resposta, o beneficiário tem 30 dias para se manifestar. A resposta pode ser feita online ou presencialmente.
Crédito habitacional
O crédito habitacional deve ficar mais caro em 2026 com a Selic elevada e a taxação das LCIs, segundo a Associação dos Mutuários do Brasil (Amubra). A retirada da isenção de IR sobre LCIs pode elevar em 0,5 ponto percentual os juros do financiamento. Desde 2021, as taxas já subiram 5 pontos, aumentando em 50% o valor das parcelas. Famílias precisarão de renda maior para conseguir crédito, afirma Silvio Saldanha, presidente da Amubra. Entidades do setor dizem que a medida desestimula investimentos em habitação. As LCIs já representam 18% do funding do crédito imobiliário.
POLÍTICA
Suspensão do IOF
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (16), por 346 votos a favor a 97 contrários, um requerimento de urgência para acelerar a tramitação de um projeto que suspende os efeitos do decreto do governo Lula que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida permite que a proposta vá diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões temáticas. No entanto, a votação do mérito ainda não tem data para acontecer.
IOF – diálogo
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou na segunda-feira (16) que o governo federal vai intensificar o diálogo com o Congresso para evitar a derrubada das medidas que substituem o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ela, se o Congresso sustar o decreto do Ministério da Fazenda, haverá novo contingenciamento de emendas parlamentares e bloqueio no Orçamento. Gleisi defendeu as medidas propostas pelo ministro Fernando Haddad e afirmou que foram construídas com líderes partidários. Ela também garantiu que o governo não pretende cortar gastos com saúde, educação ou previdência.
CPMI
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), deve ler nesta terça-feira (17) o requerimento que cria a CPMI, com o senador Omar Aziz (PSD-AM) cotado para presidir o colegiado. A relatoria ficará com o PL, que avalia indicar o deputado Coronel Crisóstomo (PL-RO) ou a deputada Coronel Fernanda (PL-MT). A instalação da comissão, antes tratada como incerta, agora é considerada irreversível pelo governo, que aposta em nomes experientes, como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Jaques Wagner (PT-BA), para atuar na linha de frente.
Emendas parlamentares
A Câmara dos Deputados aguarda a liberação de mais R$ 500 milhões em emendas parlamentares até o fim desta segunda-feira (16), em meio à reação negativa do Congresso ao pacote fiscal do governo. Segundo a CNN, esse repasse pode influenciar a votação do mérito do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o aumento do IOF proposto pelo Executivo. Há acordo para votar apenas a urgência, que acelera a tramitação direto no plenário, sem passar por comissões. Na última quarta-feira (11), o governo já liberou R$ 250 milhões em emendas para 2025. Os repasses são pressão dos líderes Hugo Motta e Arthur Lira.
Motivos
O advogado Cezar Bitencourt, chefe da defesa do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que o militar não deve explicações sobre a viagem de sua família aos Estados Unidos e criticou o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet. “Dane-se o PGR. A vida do Cid segue indiferente à existência do processo”, disse ao periódico. Bitencourt chamou a declaração de “equivocada” após a repercussão. O PGR pediu a prisão de Cid, suspeitando que ele planejava fugir do país, após a viagem da família do militar e suspeitas sobre um passaporte português. A defesa afirma que a família está nos EUA sem data prevista para retorno e que não tem relação com o processo. Cid não foi preso, prestou depoimento na Polícia Federal e cumpre condições processuais.
(Com Reuters e Estadão)
The post Varejo e indústria nos EUA, G7, urgência para barrar decreto do IOF e mais destaques appeared first on InfoMoney.