A Grande São Paulo vive o quinto dia consecutivo de crise energética neste domingo (14), com 176 mil imóveis ainda sem luz. Em meio a esse caos, um vídeo de funcionários terceirizados da Enel dançando na Avenida Paulista gerou revolta nas redes sociais.
As imagens, flagradas na útlima sexta-feira (12), expõem um contraste gritante entre a celebração e o sofrimento dos moradores.
O apagão é consequência direta do ciclone extratropical que atingiu São Paulo na última quarta-feira (10), com ventos de quase 100 km/h, deixando um rastro de destruição.
Inicialmente, cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem luz, e a maior parte dos semáforos da capital parou de funcionar.
A Defesa Civil estadual registrou mais de 500 chamados por quedas de árvores, que danificaram fiações de postes, causaram os apagões e atingiram carros estacionados – sem vítimas registradas até o momento.
O que mostra o vídeo e onde foi gravado?
Na manhã de sexta, pedestres filmaram três rapazes uniformizados com a frase “a serviço da Enel” dançando em frente ao Masp e ao Parque Trianon, na região central de São Paulo.
Eles gravavam um vídeo de fim de ano para a STN, empresa terceirizada da concessionária. Ao fundo, uma música festiva dizia: “segurança é nossa missão, dedicação sem fim, sem razão. Trazendo aos clientes um presente para as famílias, vida decente”.
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A gravação viralizou rapidamente, enquanto mais de 2,2 milhões de pessoas na área de concessão da Enel enfrentaram blecautes desde quarta-feira (10).
Casos graves, como a queda de um idoso de 92 anos em um prédio escuro, ilustram o drama vivido pela população.
Resposta das empresas: o que foi dito?
A STN, terceirizada responsável pelos trabalhadores, reconheceu o erro em nota ao G1.
“As imagens foram gravadas no contexto de uma captação de conteúdo interno de fim de ano da STN, por fornecedor contratado, e não envolvia profissionais que atuavam em atividades operacionais da Enel”, explicou.
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A empresa lamentou a “inadequação do contexto diante da situação enfrentada na cidade de São Paulo” e afirmou que “as devidas providências já estão sendo adotadas internamente”.
A Enel, por sua vez, informou que acionou a STN para “adotar as medidas cabíveis”. Nenhuma das empresas detalhou punições específicas.
Por que São Paulo está no escuro?
A falta de energia começou na quarta e persiste em bairros da capital e região metropolitana. Fatores como falhas na rede, sobrecarga e condições climáticas agravaram o problema.
Famílias relatam dias sem geladeiras, elevadores parados e prejuízos comerciais.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) monitora a situação, mas a Enel tem sido criticada pela lentidão na restauração.
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