
Depois de um longo período de quedas, as ações da Magazine Luiza (MGLU3) voltaram a ganhar fôlego em 2025. Só no último mês, os papéis dispararam 56%, acumulando uma alta de 60% no ano. Nesta terça-feira (16), os ativos são negociados a R$ 10,40.
Parte dessa recuperação está ligada às estratégias de longo prazo que a companhia adotou nos últimos meses, como o fortalecimento da digitalização no varejo, e a melhora em geração de caixa e redução do endividamento, segundo especialistas.
Para o investidor de longo prazo, o retorno das ações da Magalu dependeu muito do ponto de entrada e da decisão de reinvestir ou não os dividendos recebidos. Uma simulação feita por Leonardo Andreoli, da Hike Capital, a pedido do InfoMoney, mostra como R$ 10 mil aplicados em diferentes momentos teriam se comportado.
Quanto você teria hoje se tivesse investido R$ 10 mil na Magazine Luiza?
Se um investidor tivesse aplicado R$ 10 mil em ações da Magazine Luiza no momento em que a varejista estreou na B3, em maio de 2011, teria hoje R$ 21.192,60 – um avanço de 111,9%. O cálculo é bruto não considera impostos ou taxas.
A melhor janela, porém, foi a de dez anos atrás. Nesse caso, o mesmo aporte teria saltado 1.443,8%, chegando a R$ 154.375,00 apenas com a valorização do papel, sem contabilizar os dividendos pagos no período.
Já os horizontes de cinco anos e de um ano não trouxeram bons resultados. Mantendo a ação até hoje, o investidor teria acumulado perdas de 95,6% e 14,8%, respectivamente, segundo cálculos de Andreoli.
Veja quadro:
Data do investimento | Valor bruto (investimento + ganho) | Perfomance do período |
02/05/2011 | R$ 21.192,60 | 111,9% |
15/09/2015 | R$ 154.375,00 | 1.443,8% |
15/09/2020 | R$ 444,60 | –95,6% |
15/09/2024 | R$ 8.516,56 | –14,8% |
O cenário muda quando se considera o reinvestimento dos dividendos. Na janela de dez anos, o retorno dispara para 3.446,6%, transformando os R$ 10 mil iniciais em R$ 354.659,04. Desde a listagem na B3, o ganho também seria maior: 212,7%, levando o valor para R$ 31.270,20.
Nas janelas de cinco anos e um ano, porém, os resultados seguem negativos, mesmo com proventos reinvestidos: perdas de 95,4% e 12,3%, respectivamente.
Data do investimento | Valor bruto (investimento + ganho) | Perfomance do período |
02/05/2011 | R$ 31.270,20 | 212,7% |
15/09/2015 | R$ 354.659,04 | 3.446,6% |
15/09/2020 | R$ 454,48 | –95,4% |
15/09/2024 | R$ 8.773,44 | –12,3% |
Montanha-russa
A Magazine Luiza saiu de um dos maiores cases de valorização da Bolsa, especialmente entre 2016 e 2020, para se tornar um dos papéis que mais perderam valor nos últimos anos, acumulando queda de mais de 90% desde o pico de 2020, afirmou Andreoli.
“Essa correção refletiu juros elevados, perda de fôlego no consumo e a entrada agressiva de novos concorrentes digitais, o que pressionou margens e fez o mercado reprecificar expectativas de crescimento”.
Ele acredita que diante do cenário atual de queda de juros no Brasil em 2026, melhora gradual do crédito e perspectivas de retomada do consumo, o papel pode voltar a ganhar atratividade, mas a escolha do momento de entrada é determinante para capturar o melhor ponto de inflexão, já que a concorrência segue intensa e a volatilidade permanece alta.
No início deste mês, o Morgan Stanley manteve a recomendação de venda para Magazine Luiza, mencionando cautela com a margem EBITDA (em português, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) e o fluxo de lucro líquido, que dependerá de melhora nas vendas de bens duráveis, queda nos juros ou retomada do comércio eletrônico.
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