Quanto R$ 10 mil renderiam em CDB com a regra atual e com a nova alíquota de 17,5%

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A medida provisória que unifica a tributação sobre aplicações financeiras, enviada pelo governo federal ao Congresso na semana passada, ainda não saiu do papel. A proposta segue travada entre parlamentares, alimentando a expectativa (e a incerteza) sobre como – e se – as novas regras serão aplicadas.

Mas enquanto deputados e senadores não batem o martelo, já é possível ter uma ideia do impacto prático no bolso do investidor. A gerente de investimentos da Daycoval Investe, Priscilla Cacavallo, fez uma simulação comparando os efeitos da regra atual e da nova sobre um CDB que rende 100% do CDI e tem vencimento em três anos.

Hoje, investimentos como CDBs seguem uma tabela regressiva de Imposto de Renda, que varia de 22,5% (para aplicações de até 180 dias) até 15% (para aplicações acima de 720 dias). Pela nova proposta, esse sistema seria substituído por uma alíquota fixa de 17,5%.

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IR de 15% versus IR de 17,5%

Na regra atual, um investimento de R$ 10 mil em um CDB com vencimento em três anos geraria um valor bruto de R$ 14.049. Com a alíquota de 15% de IR, o imposto retido seria de R$ 607,35, resultando em um rendimento líquido de R$ 3.441,65 – e um valor final de R$ 13.441,65.

Com a nova regra, se o mesmo investimento fosse feito no início do próximo ano, o valor bruto continuaria em R$ 14.049. No entanto, com a alíquota de 17,5%, o imposto pago subiria para R$ 708,58, reduzindo o valor líquido final para R$ 13.340,42 – uma diferença de R$ 101,23 a menos no bolso do investidor.

Veja tabela:

IR IR sobre R$ 10 mil Valor final líquido
15% R$ 607,35 R$ 13.441,65
17,5% R$ 708,58 R$ 13.340,42

Janela de oportunidades

Para especialistas, os próximos meses até o final de 2025 representam uma janela de oportunidade para quem quer aproveitar a tributação atual e garantir retornos maiores no futuro.

“Investir agora em um CDB de longo prazo assegura a alíquota de 15%, o que se torna mais vantajoso diante dos 17,5% propostos”, falou Priscilla Cacavallo, gerente de investimentos da Daycoval Investe.

Fernando Siqueira, head de research da Eleven Financial, lembrou que muitos investidores já buscam papéis com vencimento de dois a três anos justamente por conta do benefício fiscal. No entanto, a mudança para uma alíquota única tende a reorganizar o mercado.

“É difícil prever com precisão a reação, mas minha impressão é que a demanda vai migrar para prazos mais curtos. Sem o incentivo tributário, o investidor tende a assumir menos risco”, falou o especialista.

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Vale lembrar que a proposta do governo abrange praticamente todo o universo de investimentos – desde CDBs e Tesouro Direto até debêntures, fundos, ações e criptoativos. Já os produtos hoje isentos, como LCIs, LCAs e debêntures incentivadas, passariam a ter uma alíquota de 5%.

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