
O jornal The Washington Post questionou, uma reportagem publicada no último sábado (14), se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prestes a completar 80 anos, está em condições de disputar um novo mandato em 2026.
O texto, baseado em entrevistas com aliados e analistas, afirma que Lula “está mais lento, irritado e distante dos problemas do país”, comparando sua situação à do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Embora destaque que o presidente brasileiro mantém carisma e articulação internacional, o jornal avalia que há preocupação crescente, inclusive dentro do Partido dos Trabalhadores, com sua capacidade de seguir liderando o país por mais quatro anos.

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“É uma coisa messiânica que ele tem, que o faz achar que ninguém mais consegue fazer o trabalho como ele”, disse ao jornal um alto dirigente do PT.
Queda de popularidade e distanciamento da realidade
Segundo o texto, Lula segue ativo e se esforça para manter uma imagem de vitalidade, inclusive com vídeos de treinos nas redes sociais. Ainda assim, pesquisas recentes indicam que dois terços dos brasileiros se preocupam com sua saúde.
O jornal aponta que, apesar de continuar sendo a principal figura da esquerda, Lula tem tido dificuldade para responder a um Brasil mais polarizado e conectado por redes sociais.
Com base em dados recentes, o Washington Post diz que os índices de aprovação de Lula caíram a níveis historicamente baixos e que, hoje, a maioria dos brasileiros afirma que a governança foi melhor sob Jair Bolsonaro (PL). A ausência de um sucessor claro no campo progressista também reforça o sentimento de dependência da figura de Lula para 2026.
“Não será fácil vencer com Lula. Mas seria impossível vencer sem ele”, avaliou Emídio de Souza, aliado do presidente ao jornal.
Comparação com Biden e o “efeito espelho” para a esquerda
A publicação traça paralelos com o presidente americano Joe Biden, também alvo de críticas por conta da idade e da lentidão na tomada de decisões. Ambos, segundo o texto, optaram por seguir no comando de seus respectivos campos políticos mesmo com sinais de desgaste.
O editorial menciona ainda que Lula fala com frequência sobre morte e mortalidade e que, mesmo com viagens constantes ao exterior, parece cada vez mais desconectado dos problemas internos.
“No terceiro mandato, Lula é impaciente, autoconfiante e alheio”, afirma um congressista ouvido pelo jornal.
PT envelhecido e sem apelo com os jovens
O Washington Post destaca que o envelhecimento do presidente reflete também sobre o próprio PT, descrito como um partido que “não conversa com os jovens” e perdeu capacidade de renovação.
A reportagem reforça esse diagnóstico com depoimentos de eleitores jovens e indecisos, muitos dos quais afirmam se sentir desmotivados, embora ainda vejam Lula como um “mal menor”.
“Mesmo assim, vou votar nele. Ele é a única opção viável que não é de extrema direita”, afirmou William Laino, de 27 anos, em entrevista ao jornal.
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