JBS: Goldman Sachs reitera compra para os ativos do frigorífico após migração para NY

JBS (JBSS3)

O Goldman Sachs vê a conclusão do processo de dupla listagem da JBS — oficializada em 13 de junho, com as ações Classe A passando a ser negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE) sob o ticker JBS, e os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na B3 sob o código JBSS32 — como um passo importante para destravar valor. O banco reiterou recomendação de compra, atribuindo preço-alvo de US$ 19,50 em 12 meses para as ações listadas nos EUA e R$ 111,40 para os BDRs no Brasil.

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Na visão do Goldman, a JBS se destaca como uma das melhores histórias de risco-retorno entre as empresas globais do setor de proteínas. O banco ressalta a diversificação do portfólio da companhia, com atuação relevante nos segmentos de carne bovina, frango, suína, alimentos processados e ovos, além de operações espalhadas por mercados-chave como Estados Unidos, Brasil, Austrália, Reino Unido e México.

O Goldman também destaca a execução consistente da empresa. Desde o segundo trimestre de 2023, as margens operacionais da JBS superaram significativamente as da Tyson — 25% no segmento de carne bovina nos EUA, 75% no de frango e 100% no de carne suína. O banco aponta ainda um cenário de crescimento estrutural favorável, baseado na expectativa de aumento populacional global de 0,7% ao ano até 2050, o que sustentaria uma demanda crescente por proteínas.

Outro ponto de destaque é a geração robusta de caixa livre, com projeção de yield acumulado de 24% ao longo dos próximos três anos. O Goldman Sachs ainda considera o valuation atrativo, observando que a JBS negocia atualmente com um desconto de 21% frente à Tyson, considerando o múltiplo EV/Ebitda (valor da firma/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) estimado para os próximos 12 meses sob as normas contábeis norte-americanas (US GAAP).

O BTG Pactual, por sua vez, avaliou que a listagem da JBS na Bolsa de Nova York (NYSE) representa a concretização de uma meta antiga da companhia. Após anos de crescimento por meio de aquisições e expansão orgânica, a empresa passou a ter ações Classe A (negociadas sob o ticker JBS) e Classe B (com poder de voto ampliado, mas não listadas). Segundo o banco, o objetivo da dupla listagem é reduzir o desconto de valuation em relação aos pares americanos e aumentar a flexibilidade para realizar novas aquisições.

Na visão do BTG, embora a ação da JBS já tenha fechado o gap de valuation com a Pilgrim’s Pride, ainda negocia com um desconto significativo frente à Tyson Foods — o que pode representar um potencial de valorização de até 100%. Parte desse rerating pode ocorrer com a inclusão da companhia em índices norte-americanos e com a maior exposição ao segmento de alimentos processados. Apesar de a exposição da JBS a esse nicho ser menor do que a da Tyson, o banco destaca que a rentabilidade da brasileira tem sido similar ou até superior, o que reforça a tese de convergência entre as duas empresas.

O BTG, contudo, ressalta que o momentum de lucros da JBS pode ter atingido seu pico, com desafios esperados a partir de 2026, especialmente na operação de carne bovina nos Estados Unidos e no ciclo pecuário no Brasil. As projeções indicam um Ebitda de R$ 36,6 bilhões em 2025, com recuo para R$ 31,9 bilhões em 2026. Dessa forma, a tese de investimento deixa de ser guiada pela geração de lucros e passa a depender da expansão de múltiplos.

O banco estabeleceu um preço-alvo de US$ 19 para os próximos 12 meses (ou R$ 110 para os BDRs), o que implica um múltiplo EV/EBIT de 10 vezes para 2025, ainda com um desconto de 18% em relação à Tyson.

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