Israel diz ter controle do espaço aéreo de Teerã

As Forças Armadas de Israel afirmaram que conquistaram “total superioridade aérea” em Teerã nesta segunda-feira, quando o conflito com o Irã chega ao quinto dia com registro de novos ataques e mais mortos nos dois países. Em bombardeios classificados pelo Irã como os mais pesados desde o início do conflito direto entre os países, ao menos oito mortes no Estado judeu entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda, elevando o número total de vítimas para 22 além de 592 feridos. Fontes de saúde iranianas confirmam 224 mortos e 1.277 pessoas hospitalizadas no país desde o começo dos ataques israelenses.

“Mais de 120 lançadores de mísseis — constituindo um terço do total de lançadores do regime iraniano — foram destruídos”, disse o porta-voz militar isralense Effie Defrin, em um comunicado. “[Durante a noite, cerca de 50 caças e aeronaves] identificaram e atingiram locais de armazenamento de mísseis e lançadores de mísseis terra-terra que estavam prontos para serem lançados em direção ao Estado de Israel.

 

Uma fonte militar israelense ouvida em anonimato pela agência de notícias francesa AFP chegou a afirmar que os ataques contra bases de lançamento de foguete no Irã já tinham diminuído pela metade o número de mísseis disparados contra Israel. Ainda assim, os ataques continuam a provocar impacto.

Mísseis iranianos atingiram, entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda, posições no área central e costeira de Israel, incluindo edifícios residenciais, a rede central de energia e as proximidades de uma refinaria de petróleo em Haifa. A agência de notícias iraniana Tasnim classificou a última ação como a mais forte lançada contra Israel desde o início da ofensiva e citou indícios do uso do míssil Fattah — um míssil balístico hipersônico com capacidade de desviar de sistemas de defesa antiaérea.

— Nossas Forças Armadas estão prontas, e as autoridades do país e todo o povo apoiam as Forças Armadas — afirmou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, após o ataque desta segunda. — Todos sentem que devemos dar uma resposta firme.

 

Em uma publicação na rede social X após os ataques sofridos nesta segunda, o o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que os ataques israelenses não tinham como objetivo atingir cidadãos iranianos, mas que eles acabariam “pagando o preço”, uma vez que o Irã estaria atacando posições civis.

“Gostaria de esclarecer o que deveria ser óbvio: não há intenção de ferir fisicamente os moradores de Teerã, ao contrário do que o ditador assassino [do Irã] está fazendo aos cidadãos de Israel”, disse Katz. “[Os civis] terão que pagar o preço da ditadura e evacuar suas casas em áreas onde será necessário atacar alvos do regime e a infraestrutura de segurança em Teerã”.

Quando Israel lançou um amplo ataque contra o Irã na quinta-feira, autoridades do país afirmaram que a operação militar tinha como objetivo atingir o programa nuclear iraniano e impedir que o país desenvolvesse uma arma nuclear. Os militares israelenses afirmaram que os bombardeios atingiram diversas centrais nucleares do país, mas a extensão dos danos é motivo de divergências entre fontes do Estado judeu e internacionais.

O chefe da agência nuclear da ONU, Rafael Grossi, afirmou nesta segunda-feira que “não havia indícios de ataque físico” às instalações subterrâneas da usina de enriquecimento de urânio de Natanz, uma das mais importantes do país, após ataques na sexta-feira.

— [Os níveis de radioatividade fora da usina de Natanz] permaneceram inalterados e em níveis normais, indicando ausência de impacto radiológico externo — afirmou Grossi em uma reunião nesta segunda-feira, indicando porém que os danos aos níveis superiores da instalação podem ter provocado uma queda de energia e danificado centrífugas e outros equipamentos.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que um componente importante da superfície da usina de Natanz, onde o Irã produzia urânio enriquecido em até 60% — abaixo dos 90% necessários para produzir material para armas —, foi destruído nos ataques.

O embaixador do Irã na AIEA, Reza Najafi, pediu aos membros do conselho que “condenem a agressão israelense com a maior veemência e a responsabilizem”.

— Pela segunda vez em três anos, estamos testemunhando um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual instalações nucleares estão sendo atacadas e a segurança nuclear está sendo comprometida — alertou Grossi, dizendo que seria fornecida “assistência ao Irã”. (Com AFP)

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