A inflação voltou a ganhar peso na avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ajuda a explicar a dificuldade do presidente em transformar a estabilização recente dos indicadores econômicos em recuperação consistente de popularidade.
Dados da pesquisa Latam Pulse, do AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta quinta-feira (18), mostram que a percepção sobre os preços interrompeu a trajetória de melhora observada ao longo do segundo semestre e voltou a pressionar o humor do eleitor.
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Maioria dos entrevistados também acredita que PL da Dosimetria, oficialmente voltado para quem participou do 8 de Janeiro, foi na verdade criado para beneficiar o ex-presidente
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Segundo o levantamento, a aprovação de Lula ficou em 48,8%, enquanto a reprovação alcançou 50,7%, um cenário praticamente estável em relação a novembro, mas ainda majoritariamente negativo.
O resultado reflete a perda de tração do movimento de recuperação iniciado meses atrás, em um contexto no qual o custo de vida segue sendo um dos principais filtros da opinião pública sobre o governo.
A pesquisa mostra que a percepção de inflação subiu de 5,1 para 5,4 pontos no último mês, ao mesmo tempo em que as expectativas inflacionárias avançaram de 4,4 para 4,9 pontos. Embora os níveis permaneçam abaixo dos picos registrados no início de 2025, o movimento sinaliza que o alívio sentido anteriormente começou a se dissipar.
Esse comportamento ajuda a entender por que a melhora em indicadores fiscais e anúncios de políticas estruturais ainda não se traduziram em ganho mais claro de aprovação. Historicamente, a inflação exerce influência direta sobre a avaliação de governos, sobretudo entre eleitores de renda média e baixa, mais sensíveis a variações em alimentos, transporte e serviços básicos.
O AtlasIntel aponta que, em setembro, quando a percepção de preços estava em queda mais acentuada, Lula atingiu o melhor patamar de aprovação desde janeiro de 2024, chegando a superar a desaprovação. Com a reversão parcial desse cenário, a avaliação negativa voltou a prevalecer pelo segundo mês consecutivo.
A pesquisa ouviu 18.154 brasileiros adultos entre os dias 10 e 14 de dezembro de 2025, por meio de recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos.
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