Ibovespa fecha em alta apoiado em Wall Street e com Brava e Suzano como destaques

Painel de cotações

(Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, após duas quedas seguidas, em movimento endossado por Wall Street e com as ações da petrolífera Brava Energia (BRAV3) e da fabricante de papel e celulose Suzano (SUZB3) entre os destaques positivos.

Investidores também repercutiram dados mais fracos do que o esperado sobre a inflação nos Estados Unidos e declarações do presidente do Banco Central do Brasil de que “não há portas fechadas” nem “setas dadas” para as decisões envolvendo a Selic, enquanto seguem acompanhando noticiário sobre eleições no país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,38%, a 157.923,34 pontos, tendo marcado 158.495,49 na máxima e 157.123,58 na mínima do dia. O volume financeiro somou R$26,3 bilhões.

Wall Street fechou no azul, com dados sobre os preços ao consumidor mantendo vivas as expectativas de corte nos juros pelo Federal Reserve no começo de 2026, bem como previsão de resultados positiva da fabricante de chips Micron.

O índice de preços ao consumidordos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 2,7% em novembro na base anual, segundo o Departamento do Trabalho, enquanto economistas consultados pela Reuters previam alta de 3,1%.

“O número de hoje ficou aquém do esperado, claramente. Ao mesmo tempo, é importante notar os problemas com a coleta dos dados e a ausência de diversos itens importantes”, afirmaram economistas do Bradesco.

“O número de hoje segue na linha das surpresas favoráveis com a inflação que temos assistido ao longo do ano, mas provavelmente foi superestimada nessa leitura especificamente”, afirmaram.

“O Fed deve extrair pouca coisa com isso e tentar entender melhor a dinâmica inflacionária americana na inflação de dezembro.”

No Brasil, declarações do presidente do BC, Gabriel Galípolo, foram percebidas por agentes financeiros como um sinal de que não se pode descartar uma eventual redução da taxa básica de juros em janeiro.

“Agentes estão tentando achar dica em texto que não dá dica”, afirmou Galípolo sobre as comunicações mais recentes do BC. “Não decidimos o que vamos fazer nem na reunião de janeiro nem na de março nem nas próximas”, reforçou.

O cenário político também continuou no radar de investidores, com nova pesquisa mostrando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança de intenções de voto nos cenários para a eleição presidencial de 2026.

A pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg também mostrou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) com desempenho melhor que o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos cenários simulados de primeiro turno.

Investidores que vinham apostando em Tarcísio têm olhado com receio para a candidatura do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, avaliando que divide a oposição e, assim, enfraquece a chance de uma eventual troca no Planalto.

“Esse desenho eleitoral acaba gerando bastante volatilidade nos ativos”, de acordo com o estrategista de investimentos Nicolas Gass, sócio da GT Capital.

Gass afirmou que uma eventual reeleição de Lula tende a ser associada, pelo mercado, a uma pressão inflacionária maior, já que se trata de um governo com perfil fiscal mais expansionista, que dificulta qualquer movimento consistente de queda dos juros.

DESTAQUES

  • BRAVA ENERGIA ON (BRAV3) disparou 6,16%, confirmando o quinto pregão seguido de alta. De acordo com o diretor financeiro da petrolífera, na véspera, a companhia tem sido muito procurada por agentes de mercado interessados em avaliar possíveis operações de fusões e aquisições e que a companhia está atenta a eventuais oportunidades de negócios. O UBS BB reiterou recomendação de compra e elevou o preço-alvo para R$30.
  • SUZANO ON (SUZB3) avançou 5,74%, ampliando a recuperação em dezembro, após três meses seguidos com desempenho acumulado negativo, com o desempenho no ano ainda acusando queda de quase 15%. Na visão do JPMorgan, o setor global de celulose e papel entra em 2026 em meio a desafios ainda presentes do excesso de oferta e das pressões de custos, mas há motivos para um otimismo cauteloso. KLABIN UNIT (KLBN11) subiu 2,32%.
  • BTG PACTUAL UNIT (BPAC11) fechou em alta de 1,95%, em pregão de recuperação após forte correção negativa nas duas sessões anteriores, quando perdeu mais de 8%. No ano, as units ainda somam uma valorização de quase 98%. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) avançou 0,51%, BRADESCO PN (BBDC4) subiu 0,44%, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) valorizou-se 0,19% e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) mostrou elevação de 1,52%.
  • VALE ON (VALE3) subiu 0,26%, conforme os futuros de minério de ferro ampliaram ganhos, na esteira da melhora nas margens do aço e pela expectativa de reposição de matéria-prima entre as usinas siderúrgicas da China. O contrato mais negociado em Dalian avançou 1,63%. No setor, marcado pela divulgação sobre aços planos em novembro do Inda, USIMINAS PNA (USIM5) cedeu 0,67%.
  • PETROBRAS PN (PETR4) caiu 0,58%, em meio ao fechamento modesto dos preços do petróleo no exterior, A greve dos petroleiros da estatal registrou adesão em todas as plataformas próprias da companhia nas bacias de Santos e Campos, que congregam quase toda a produção de petróleo do Brasil. A Petrobras diz que vem atuando com equipes de contingência para evitar impactos na produção e no refino.
  • DIRECIONAL ON (DIRR3) recuou 3,48%, ampliando o ajuste negativo em dezembro, após forte valorização acumulada no ano até o final de novembro, de 130%. No setor, CYRELA ON (CYRE3) fechou em baixa de 1,61%, enquanto MRV&CO ON (MRVE3) encerrou o dia com decréscimo de 1,74%. O índice do setor imobiliário perdeu 0,45%.

The post Ibovespa fecha em alta apoiado em Wall Street e com Brava e Suzano como destaques appeared first on InfoMoney.

Scroll to Top