Ibovespa estica após os 160 mil pontos e correção passa a entrar no radar

Após superar a marca dos 160 mil pontos, o Ibovespa entrou no radar de investidores que agora tentam entender se o movimento tem fôlego para continuar em 2026. Nesse contexto, embora o índice já opere em patamares esticados do ponto de vista técnico, o contexto macroeconômico e o ciclo de juros seguem como vetores relevantes para a Bolsa brasileira.

Nesse cenário, o trader Nicholas Kawasaki concedeu entrevista ao InfoMoney durante o evento Profit Summit, onde detalhou sua leitura sobre o comportamento do Ibovespa, os riscos de correção no curto prazo e as oportunidades que podem surgir ao longo do próximo ano.

Tendência segue positiva no índice

Inicialmente, Kawasaki avalia que a tendência principal do Ibovespa permanece de alta, mesmo diante da expectativa de maior volatilidade em função do calendário político.

Ao mesmo tempo, segundo ele, o início de um ciclo de corte de juros tende a sustentar o movimento comprador, embora os ajustes no caminho sejam naturais.

“A tendência está forte de alta para o índice Ibovespa. Eu vejo uma continuação dessa tendência. A gente sabe que 2026 vai ser um ano turbulento de volatilidade por conta da eleição, mas eu acredito na continuação dessa tendência de alta, até porque a gente vai vir para um ciclo de corte de juros”, afirma.

Além disso, o trader reforça que o rally atual ainda não chegou ao fim, apesar de reconhecer que o mercado já avançou de forma expressiva nos últimos meses. “Eu acho que a gente pode ter uma continuação desse rally. Eu acho que o rally ainda não acabou. Tenho perspectivas positivas para o Ibovespa para o ano que vem”, observa.

Correções podem gerar oportunidades

Por outro lado, Kawasaki pondera que uma correção técnica não apenas é possível, como, na sua avaliação, pode ser saudável para a continuidade da tendência. Nesse sentido, ele destaca níveis técnicos que merecem atenção dos investidores.

“Só que eu acho que pode vir uma correção. Eu acho uma correção saudável. A gente deve estar trabalhando perto dos 160 mil pontos hoje. Eu acho que uma correção saudável pode ser perto dos 150 mil pontos”, explica.

Segundo o trader, esse patamar pode funcionar como um ponto de reentrada relevante para quem ficou fora do movimento inicial. “Eu acho que é um bom ponto de entrada, se o mercado corrigir aí, para quem está de fora dessa festa ainda para entrar”, orienta.

Kawasaki observa que o nível dos 150 mil pontos coincide com uma região técnica importante, o que reforça sua relevância no curto e médio prazo. Para ele, um pullback nesse patamar tende a atrair novamente o fluxo comprador.

“Eu acredito que seja uma correção saudável ali nesse patamar dos 150 mil pontos, que é uma região de correção de 50% da pernada anterior, ponto legal para uma retomada de força compradora”, afirma.

A partir dessa dinâmica, o trader projeta alvos mais ambiciosos para o índice no horizonte mais longo. “Eu acho que a tendência se mostrou forte o suficiente para a gente dar essa continuação com projeção em 190 mil pontos”, conclui.

Gráfico diário do Ibovespa. Fonte: Nelogica. Elaboração: Nicholas Kawasaki

Small Caps tendem a performar melhor

Além do Ibovespa, Kawasaki chama atenção para o comportamento das Small Caps em ciclos de afrouxamento monetário. Historicamente, segundo ele, esse segmento tende a apresentar movimentos mais intensos.

“A gente já tem, estatisticamente falando, em períodos de ciclo de corte de juros, as Small Caps costumam se valorizar mais do que as ações tradicionais do Ibovespa”, observa.

Ainda assim, o trader alerta que essa característica está diretamente ligada à maior volatilidade dessas ações. “Porque elas têm uma volatilidade maior, então quando elas sobem elas acabam subindo mais e quando elas caem também elas acabam caindo mais”, ressalta.

Setores com melhor perspectiva

Por fim, Kawasaki aponta setores que podem se beneficiar diretamente do início do ciclo de queda da Selic. Mesmo em um ambiente ainda restritivo, ele vê oportunidades claras se desenhando para 2026.

“Eu tenho dois setores para 2026, que eu considero chave assim. Um é o setor imobiliário, com boas empresas, obviamente, e o outro é o setor de varejo”, afirma.

Segundo o trader, a reversão da política monetária tende a destravar valor nesses segmentos. “Assim que começar o ciclo de corte de juros, eu acho que essas ações, com certeza, vão vir aí para uma valorização”, conclui. 

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