A ideia de transformar investimentos em renda mensal recorrente costuma parecer distante para boa parte dos brasileiros. Mas, no mercado de fundos imobiliários, é possível realizar essa construção ao longo do tempo.
Alguns casos recentes ajudam a ilustrar como essa dinâmica funciona na prática, a partir de estratégias baseadas em crédito imobiliário e pagamento regular de dividendos. Um deles é o do MCCI11 (Mauá Capital Recebíveis Imobiliários), que no útlimo ano combinou valorização da cota e distribuição consistente de dividendos.
Considerando uma aplicação de R$ 95.928 feita há um ano, o investidor teria adquirido 1.425 cotas do MCCI11. Ao longo desse período, a cota do fundo acumulou uma valorização de 17,13%, enquanto os rendimentos distribuídos mensalmente reforçaram o retorno total da estratégia.
Com o reinvestimento dos dividendos, mostra a simulação do InfoMoney com a Economatica, o patrimônio teria alcançado cerca de R$ 140.872,68 em 10 de dezembro de 2025.

Mais do que o crescimento do capital, também importante notar a geração de renda. No último pagamento de dividendos, o investidor teria recebido R$ 1.622,02, montante superior ao salário mínimo projetado para 2026, apenas com proventos do fundo.

O desempenho reflete a estratégia adotada pelo MCCI11 desde o início de suas atividades. Em outubro de 2025, o fundo distribuiu R$ 1,00 por cota, o que representou um dividend yield anualizado de 14,4%, considerando o preço de fechamento de R$ 88,89.
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O perfil do MCCI11
O MCCI11 é um fundo imobiliário do tipo “papel”, ou seja, sua carteira é composta majoritariamente por títulos de crédito imobiliário, especialmente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
O FII foi lançado em dezembro de 2019 e é negociado na B3, a bolsa brasileira, com gestão ativa sob coordenação da Mauá Capital Real Estate.
Atualmente, o MCCI11 conta com mais de 111 mil cotistas, patrimônio líquido de aproximadamente R$ 1,58 bilhão e negocia próximo ao valor patrimonial, com P/VP em torno de 0,95.
A carteira é composta por 27 CRIs, todos adimplentes, com garantias como alienação fiduciária de imóveis e fundos de reserva.
Como o mercado avalia o FII?
Na avaliação de analistas, o fundo se destaca pela qualidade do crédito. Para Flavio Pires, do Santander, a carteira é bem estruturada e concentrada em segmentos considerados mais resilientes, como escritórios e logística.
Já o Itaú BBA ressalta pontos positivos como liquidez elevada, LTV médio confortável de 58% e garantias robustas, embora aponte espaço para maior diversificação do portfólio.
Hoje, as cinco maiores exposições do portfólio concentram aproximadamente 35% dos ativos, todas vinculadas a apenas cinco devedores. A maior delas é a operação ligada ao WT Morumbi, que sozinha responde por cerca de 18% da carteira, o que aumenta o risco específico caso haja qualquer deterioração nesse ativo.
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