O JPMorgan preferiu ser cauteloso e manteve a recomendação neutra para o real em relação ao dólar. Com a chegada do fim de ano e o cenário turvo da corrida eleitoral, o banco optou por uma abordagem mais moderada, com um posicionamento market weight (exposição à nível do mercado).
O banco informou que reavaliará no próximo ano, considerando o carry trade atrativo da moeda brasileira. Por enquanto, os analistas sugerem uma exposição de baixo beta (com menos volatilidade) ao carry do real (BRL) por meio de opções, em vez de posições diretas.
“Nossa opção de venda (put) em USD/BRL expirou em 8 de dezembro com um pequeno ganho, apesar do movimento desencadeado pelas manchetes políticas, o que, em retrospectiva, comprova a adequação de uma abordagem cautelosa nas condições atuais de mercado”, explicam os analistas.
De acordo com o banco, as tendências de liquidez em dólares já costumam ser negativas em dezembro para o real, mas as mudanças nas tributações de dividendos em 2026 podem afetar ainda mais o cenário atual.
Os ruídos com as eleições para o ano também têm contribuído com o cenário de incerteza avaliado pelos analistas — e elas começaram mais cedo do que a JP Morgan havia antecipado, com impactos aguardados apenas para abril de 2026.
Desde que Flávio Bolsonaro confirmou o apoio de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para a eleição presidencial de 2026, o real desvalorizou cerca de 3%, sendo negociado próximo à marca de 5,50 por dólar. O desempenho foi inferior a outras moedas de mercados emergentes, o que reforçou a estratégia dos analistas.
“Embora reconheçamos que o aumento do ruído político possa ter chegado mais cedo do que o esperado, acreditamos que a relação risco-recompensa favorece as posições compradas em taxas de juros nos níveis atuais”, afirmam.
O JPMorgan não descarta novos episódios de volatilidade, mas aposta em uma redução de juros mais atenuado do que o mercado tem antecipado. Segundo os analistas, a redução pode ir de 3% a 4,6% dos juros, enquanto o mercado aposta em 2,5%.
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