Em relatório com perspectivas para o mercado em 2026, o Banco Safra projeta o Ibovesp a 198 mil pontos em seu cenário-base para o final de 2026. Essa marca representa um aumento de cerca de 22% em relação ao fechamento desta segunda-feira (15), de 162.482 pontos.
O início do ciclo dos cortes de juros no Brasil e um cenário externo favorável, com quedas de juros também pelo Fed, embasaram a avaliação positiva em relação ao mercado acionário. Mesmo com otimismo, os analistas alertam para as incertezas com o cenário eleitoral do próximo ano e o impacto no ciclo fiscal.
Em um ambiente com juros mais baixos e crescimento sustentável, o banco prevê que o índice alcance os 254 mil pontos. Já em um contexto mais pessimista, o índice iria para 136 mil pontos até o final do próximo ano.
Apesar da preocupação com as eleições e o aumento da incerteza e a volatilidade no mercado no período, o banco também destacou que a recuperação costuma acontecer de maneira rápida no país.
“Nossa análise mostrou que, embora o desempenho do mercado oscile em anos de eleição, o Ibovespa historicamente registra uma forte recuperação no ano seguinte ao pleito, com uma valorização média de 39,3%”, afirmam.
Em períodos que houve corte de juros (2006 e 2018) o mercado acionário subiu, em média, 24,0%. Um cenário parecido é esperado pelo banco para o próximo ano, com queda da Selic de 3,5 pontos percentuais (p.p.), para 11,50%.
Otimismo controlado
Mesmo depois de atingir 32 vezes um novo pico de alta, feito que só havia realizado antes em 2019 e 2007, o banco destacou uma cisão no mercado nacional. “Vemos uma aparente dicotomia entre um índice mais elevado, em modo de “bull market”, e um mercado ainda cético, posicionado em setores mais conservadores.”
Para 2026, o banco espera uma valorização do Ibovespa impulsionada por dois principais fatores. Em primeiro lugar, um crescimento do lucro, inicialmente de 6,4% em 2025-2026 e, depois, para 16,4% em 2026–2027.
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Em segundo lugar, o crescimento deve seguir o fato de que setores com maior crescimento de lucros têm menor peso no Ibovespa, enquanto commodities tendem a limitar a expansão média dos lucros.
“Mantemos a visão de que, ao longo do tempo, os múltiplos retornarão às suas médias históricas. Por outro lado, as empresas que compõem o Ibovespa e que historicamente apresentaram crescimento de receitas e, principalmente, de lucros acima do crescimento nominal do PIB devem manter essa trajetória”, explicam.
Seleção de ações
Olhando para as ações recomendadas para o ano, o critério para o cenário base é um portfólio equilibrado entre as preferências setoriais do Safra. “Buscamos um equilíbrio entre empresas pagadoras de dividendos e commodities, com Rede D’Or (RDOR3), Tenda (TEND3) e BTG Pactual (BPAC11) conferindo ao portfólio uma inclinação para crescimento. A carteira neste cenário conta ainda com: JBS (BDR: JBSS32), Embraer (EMBJ3), Gerdau (GGBR4), Vivo (VIVT3), Copel (CPLE3), Motiva (MOTV3) e Vibra (VBBR3).
No cenário otimista, o banco concentra teses de investimento focadas na recuperação de lucros (Cosan CSAN3 e XP XPBR31), balanços mais alavancados, teses de crescimento e small caps, que, no geral, tendem a valorizar mais em períodos positivos, mas que provavelmente apresentarão maior volatilidade. A carteira para o cenário mais otimista conta ainda com: Ecorodovias (ECOR3), C&A (CEAB3), Totvs (TOTS3), Marcopolo (POMO4), Ânima (ANIM3), Orizon (ORVR3), Cyrela (CYRE3) e Usiminas (USIM5).
Por fim, no cenário conservador, a lógica do portfólio é manter um beta (medida de volatilidade) baixo em relação ao índice, com foco especial em dividendos, qualidade (baixa endividamento e resultados consistentes), exportadoras e empresas menos atreladas ao PIB. A carteira é formada por: BB Seguridade (BBSE3), PRIO (PRIO3), RD Saúde (RADL3), Multiplan (MULT3), Weg (WEGE3), Telefônica Brasil (VIVT3), Fleury (FLRY3), Alupar (ALUP11), Aura Minerals (AURA33) e Suzano (SUZB3).
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