
Com a escalada da tensão no Oriente Médio e a troca de mísseis entre Israel e Irã, vídeos e fotos que expõem supostas falhas nos sistemas de defesa e aparentes sucessos em estratégias de ataque de ambos os lados se espalharam rapidamente pelas redes sociais.
Mas, se “na guerra a primeira vítima é a verdade”, essa máxima ganha novos contornos na era das inteligências artificiais, cada vez mais potentes, velozes e acessíveis. A viralização desses conteúdos caminha no mesmo ritmo da criatividade de quem insere prompts para gerar parte dessas imagens.
No X, uma imagem do céu noturno de Tel Aviv tomado por mísseis iranianos alcançou mais de 24 milhões de visualizações em menos de 24 horas. O suposto flagrante, porém, foi produzido por um usuário do Google IA e postado originalmente no Facebook quatro dias antes.
O autor, Mhamad Yusif, chegou a divulgar o prompt utilizado para gerar a imagem, que havia sido publicada com sua própria marca d’água. No X, dias depois, a imagem foi repostada por outro usuário sem a marcação original e teve seu alcance multiplicado.

Segundo Yusif, o prompt utilizado foi:
“Um plano cinematográfico amplo e altamente detalhado de rastros de fogo brilhantes caindo do céu sobre uma cidade moderna à noite. Os rastros de luz lembram chuvas de meteoros ou fenômenos celestes, iluminando o céu nublado em tons de laranja e vermelho. Abaixo, a paisagem urbana mostra prédios com luzes acesas, com uma leve fumaça subindo entre eles, adicionando uma sensação de tensão e mistério. O estilo é ultrarrealista, com iluminação dramática e uma atmosfera melancólica, lembrando uma cena de um desastre de alto orçamento ou de um filme de ficção científica.”
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Com menor alcance, mas igualmente falsa, uma imagem de um suposto drone israelense abatido pelas forças armadas do Irã também circulou nas redes sociais.

As descobertas foram feitas pela pesquisadora Tal Hagin, que mantém um perfil no X dedicado a expor postagens com desinformação. Desde o início do novo conflito, vídeos e imagens de ataques ocorridos em outras datas e locais também voltaram a circular. Em sua maioria, tratam-se de registros feitos no Iraque, Ucrânia ou Faixa de Gaza, republicados como se fossem cenas atuais de cidades iranianas ou israelenses.

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