Azzas (AZZA3) está barata, mas execução é chave para reprecificação, avalia Itaú BBA

Azzas 2154

O Itaú BBA revisou suas estimativas Azzas 2154 (AZZA3) e vê a varejista de moda negociando a 6,4 vezes P/L (Preço sobre Lucro) estimado para 2026, excluindo IFRS 16 e ajustando o valor de mercado pelo valor presente do goodwill (ativo intangível) fiscal da Hering, considerando uma alíquota efetiva de imposto de 10%. Às 11h31, as ações subiam 1,23%, a R$ 24,70.

Apesar do valuation atraente, o BBA avalia que uma reprecificação só deve ocorrer com sinais consistentes de recuperação da receita, melhora de margens e geração visível de caixa.

Para 2026, os principais pontos de atenção incluem geração de caixa, normalização efetiva de estoques nas unidades de negócio, captura inicial de sinergias da integração e confirmação de que a unificação das linhas feminina e masculina, além do “volta ao básico” em Calçados & Bolsas e Hering (hub de Blumenau), resulte em maior crescimento e tração de margens.

O banco elevou o preço-alvo para o fim de 2026 para R$ 36 por ação, o que implica potencial de alta de 48%, e reiterou recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).

Geração de caixa

O Itaú BBA vê a geração de caixa como o principal vetor de mudança. Em 2025, esse indicador já se tornou o principal KPI (indicador-chave de desempenho) da companhia. O portfólio da AZZA inclui duas unidades altamente geradoras de caixa (Moda Feminina e Calçados & Bolsas) e duas que ainda precisam melhorar (Moda Masculina, com desempenho neutro, e Hering, ainda consumindo caixa). Esse mix cria oportunidades operacionais à medida que estoques e devoluções se normalizam, especialmente na Hering.

Além disso, segundo relatório, há espaço relevante para sinergias de custos indiretos. A companhia anunciou recentemente cerca de R$ 500 milhões em dividendos, o equivalente a um dividend yield de 10%, com alavancagem pró-forma estimada em até 1,5 vez no quarto trimestre de 2025. O banco não espera novos pagamentos de dividendos adicionais neste ano.

Hering

“Para a Hering, a prioridade é reduzir estoques e melhorar a geração de fluxo de caixa livre”, avalia BBA. A margem EBITDA de 4,3% no terceiro trimestre ficou bem abaixo da média da companhia e do potencial da marca, refletindo principalmente margens brutas pressionadas por fortes descontos.

Para 2026, a estratégia é operar com níveis de estoque significativamente menores, mesmo que isso implique receitas mais baixas no curto prazo. O Itaú BBA espera, com isso, uma forte recuperação das margens brutas e da geração de caixa. Após mudanças na gestão, a liderança está alinhada, com incentivos atrelados a opções de ações ao longo de seis anos.

Em 2026, na avaliação do banco, a Hering deve priorizar crescimento guiado por margens, com avanços mais visíveis já no primeiro semestre, enquanto o hub de Blumenau deve impulsionar a verticalização, a padronização de tecidos, a redução de ciclos e da dependência de importações, melhorando o giro e a geração de caixa.

Calçados & Bolsas

A administração não espera que a queda registrada no terceiro trimestre se repita no quarto trimestre. A Vans, principal fator negativo no período, vem reduzindo quedas de dois dígitos para patamares de um dígito baixo, apoiada pela melhora no canal multimarcas. O canal direto ao consumidor segue sólido, enquanto o share de carteira no multimarcas melhorou com vendas de inverno em dois dígitos.

Para 2026, a unidade deve migrar de estabilização para crescimento com foco em margens, sob nova liderança, com calendários mais enxutos e retomada do foco no cliente principal da Arezzo, além de redução de canibalização com a Schutz. Sinergias de integração e o perfil asset light da operação devem favorecer a geração de caixa.

Moda Feminina

A Moda Feminina segue como o principal destaque do grupo, com forte crescimento e geração de caixa. A integração, a padronização de fornecedores e tecidos e ciclos mais rápidos vêm melhorando o mix e as margens. A força da marca Farm sustenta um desempenho resiliente em todos os canais.

No Brasil, o crescimento deve se normalizar abaixo de 25%, mas ainda acima da média do grupo. A execução seguirá focada na redução do ciclo de produtos, aumento da cadência de coleções, mix mais saudável e ganhos de eficiência com serviços compartilhados.

Moda Masculina

Para Moda Masculina, o BBA espera que a companhia mantenha crescimento resiliente, em torno de 7% a 8%, com a unificação com a Moda Feminina já trazendo ganhos de planejamento e sourcing (abastecimento e contratação de fornecedores). A gestão espera desempenho estável no quarto trimestre (4T25), com maior disciplina de preços e uma curva de descontos mais saudável.

Em 2026, o foco será em tecnologia, gestão integrada de calendários e maior alinhamento com fornecedores para reduzir prazos (lead times), aumentar a produtividade do sortimento (mix de produtos) e melhorar o giro de estoques, apoiados por um mix mais equilibrado e pela normalização das franquias.

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