A CPMI do INSS deu um novo passo nesta sexta-feira (19) ao protocolar requerimentos de convocação que ampliam o alcance político das investigações sobre fraudes em descontos de aposentadorias e pensões.
Entre os nomes chamados a depor está Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além do senador Weverton Rocha (PDT-MA) e de outros alvos da mais recente fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (18).
Os pedidos foram apresentados pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que tenta aproveitar os desdobramentos da operação da PF para recolocar no radar da CPMI personagens que haviam sido poupados nos primeiros meses de trabalho do colegiado.
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Lulinha volta ao centro
O nome de Lulinha reaparece no inquérito após a nova fase da Operação Sem Desconto atingir a empresária Roberta Luchsinger, apontada como amiga próxima do filho do presidente.
Segundo a Polícia Federal, as apurações identificaram o pagamento recorrente de uma “mesada” de R$ 300 mil a uma empresa ligada a Luchsinger. Em mensagens apreendidas, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, menciona que o valor seria destinado ao “filho do rapaz”, sem explicitar a quem se referia.
Com base nesses elementos, Alfredo Gaspar incluiu tanto Lulinha quanto Roberta Luchsinger na lista de convocações, sob o argumento de que os novos fatos levantam dúvidas que precisam ser esclarecidas no âmbito da CPMI.
Outros elos investigados
O relator também pediu a convocação de Danielle Fontenelles, apontada como outro possível elo entre o esquema investigado e o círculo de Lulinha. Fontenelles atuou por anos no mercado de publicidade política, prestando serviços ao PT e participando de campanhas como a de Dilma Rousseff à Presidência em 2010.
Sócia da agência Pepper, ela foi alvo de uma operação da PF em 2016 que apurava pagamento de caixa dois e fechou acordo de colaboração premiada, admitindo o pagamento de comissões para obtenção de contratos em ministérios.
Além disso, a CPMI quer ouvir o ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo da Cunha Portal, exonerado após ser preso na operação desta semana, e Gustavo Marques Gaspar, empresário e ex-assessor do senador Weverton Rocha.
Gaspar é citado nas investigações como responsável por assinar uma procuração que concedia plenos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, descrito pela PF como “homem da mala” do careca do INSS.
Pressão sobre a base governista
A apresentação dos requerimentos aumenta a pressão sobre a base aliada do governo Lula dentro da CPMI. Para que as convocações avancem, os pedidos ainda precisam ser votados pelo colegiado, onde governistas e oposição travam uma disputa constante pelo controle da pauta.
Com o avanço das investigações policiais e a entrada de nomes próximos ao núcleo político do governo no radar da comissão, a CPMI do INSS tende a ganhar um novo grau de tensão, ampliando o potencial de desgaste político para o Planalto e seus aliados no Congresso.
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