“Hedge” para 2026? O que explica a alta das ações de Suzano e Klabin em dezembro

As últimas sessões foram de ganhos para as ações de papel e celulose, com destaque para o desempenho da última quinta-feira (18), em que Suzano (SUZB3) subiu 5,74% (R$ 52,65) e Klabin (KLBN11) avançou 2,32% (R$ 18,59). No mês, até o dia 18, os papéis avançavam 10%.

O BTG Pactual ressaltou que tem recebido aumento das perguntas por parte dos investidores por conta do desempenho recente.

O banco atribui o desempenho das ações principalmente a um movimento de aversão a risco após desenvolvimentos políticos no Brasil (e a depreciação do real por conta da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro), com investidores rotacionando para posições de hedge (proteção) diante de um cenário mais desafiador em 2026.

Para os analistas, embora os preços da celulose estejam se recuperando gradualmente a partir dos níveis mais baixos, a estimativa de US$ 575/t (tonelada) para 2026 permanece razoável e segue vendo espaço limitado para uma recuperação das ações de celulose.

Uma alta adicional nos preços da celulose dependeria de cortes de oferta mais relevantes em toda a indústria, o que segue difícil de antecipar. Nesse ambiente, a principal tese de investimento em Papel & Celulose do banco continua sendo Suzano, que vê negociando a 5,6 vezes (x) o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) para 2026, juntamente com uma desalavancagem gradual (de 3,3x em 2025 para 3,1x em 2026).

Em relatório recente, o JPMorgan aponta que o setor global de celulose e papel inicia 2026 em meio a desafios persistentes decorrentes do excesso de oferta e das pressões de custos do ano passado, mas vemos motivos para um otimismo cauteloso.

Embora 2025 tenha sido marcado por um excesso de oferta persistente, preços baixos e concorrência acirrada – especialmente com a expansão da capacidade produtiva chinesa e a queda dos custos de produção para US$ 450-500 por tonelada (t) – o banco espera uma melhora no curto prazo em 2026.

A previsão aponta para preços médios da celulose de US$ 575 por tonelada, com o primeiro semestre de 2026 a US$ 580 e o segundo semestre a US$ 570, impulsionados pelo aumento dos custos da madeira na China, pelo atraso na entrada em operação de novas capacidades fora da China e por manutenções programadas. No entanto, a perspectiva permanece complexa, visto que novas expansões de capacidade estão previstas.

“Nesse contexto, continuamos a privilegiar os produtores brasileiros de baixo custo, como Suzano e Klabin, em relação aos concorrentes chilenos, dadas suas vantagens de escala e perfis de receita mais resilientes. Acreditamos que existe uma oportunidade para investidores, especialmente na Suzano, que combina a maior exposição ao setor de celulose do grupo de pares com as avaliações mais baixas”, reforça.

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