Marcos Rubin: ‘Tarifaço de Trump favoreceu muito a soja brasileira’

Marcos Rubim (social clara), fundador da Veeries, de inteligência de mercado no agro, foi o convidado do episódio 11 do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, parceria entre InfoMoney e The AgriBiz (Foto: Reprodução/RDN)

O tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, tem favorecido o setor de soja brasileiro, de acordo com Marcos Rubin, fundador da Veeries, marca especializada em inteligência de mercado no universo agro. 

Convidado do episódio 11 do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, parceria entre o InfoMoney e o The AgriBiz, ele explicou para a bancada do podcast que, como consequência, o Brasil exportou volumes gigantescos de soja para a China, maior mercado para a commodity no mundo, ocupando uma fatia que os norte-americanos não conseguiram suprir, por conta de preços menos competitivos em meio às tarifas. 

“Existe uma crise de confiança já antiga entre americanos e chineses. Olhando a soja, isso é muito quantificável. Os volumes despencaram nos Estados Unidos e a gente ocupou esse espaço”, explicou. 

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Principal mercado no mundo 

Houve uma espécie de “casamento perfeito” neste cenário. A China, maior mercado consumidor de soja no mundo, com uma demanda extremamente alta para alimentação de gado, fez negócios em volumes relevantes com o Brasil, maior exportador da commodity no mundo. 

“Na China, essa demanda cresce em todos os anos, comprando praticamente toda soja disponível no mercado. A gente praticamente enviou tudo o que tinha e eles ainda compensaram com a Argentina, que também enviou tudo o que tinha”, falou. 

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Relação Brasil x China 

Rubin alerta que existe uma vontade e um direcionamento para que essa dependência de importações seja reduzida na China, mas que o o caminho ainda é longo. Isso porque é necessário obrigatoriamente um substituto – seja na produção, seja no fornecimento. O que não acontece da noite para o dia. “Você não vai usar farelo de soja, você vai ter que usar um substituto. Trigo, milho, enfim. No final das contas, você gera efeitos derivados.” 

Dentro deste contexto, explica Rubin, como o Brasil produz muito e a demanda da China é gigantesca, a tendência é que no curto e médio prazos essa relação entre os dois países se mantenha em termos similares. Basicamente, um tipo de dependência mútua. 

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