PF aponta aeronave e planilhas como elo entre senador e esquema de lavagem no INSS

Senador Weverton Rocha (PDT-MA) apresentou relatório favorável ao PLP 192/2023; caso aprovado na CCJ, texto segue para o Plenário (Foto: Pedro França/Agência Senado)

A Polícia Federal avançou nesta quinta-feira (18) sobre o núcleo político investigado na Operação Sem Desconto e incluiu o senador Weverton Rocha (PDT-MA) entre os alvos da apuração que mira um esquema de fraudes em descontos indevidos sobre benefícios do INSS.

Por determinação do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços vinculados ao parlamentar no Maranhão e no Distrito Federal.

A investigação aponta que o senador teria atuado como um dos pilares de sustentação política de uma estrutura empresarial acusada de lavar recursos desviados de aposentados e pensionistas.

Segundo a PF, o grupo girava em torno do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Os investigadores sustentam que a expansão patrimonial do empresário estaria diretamente ligada a respaldo político e institucional, atribuído ao senador.

Entre os indícios reunidos estão documentos internos do grupo, como uma planilha intitulada “Grupo Senador Weverton”, além de registros visuais que associam o parlamentar a bens utilizados pela organização.

As apurações também indicam que Antunes adquiriu participação em uma aeronave junto a outros integrantes do esquema. Para a PF, há sinais de que Weverton Rocha teria sido o destinatário final de benefícios financeiros, operando de forma indireta por meio de intermediários, incluindo pessoas de seu entorno parlamentar.

A ofensiva desta quinta-feira integra uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos ilegais aplicados a benefícios previdenciários entre 2019 e 2024. Ao todo, a ação cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de prisão preventiva e outras medidas cautelares em diferentes estados e no Distrito Federal.

Entre os presos estão Adroaldo Portal, então secretário-executivo do Ministério da Previdência, e Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário apontado como operador central do esquema. O Supremo também autorizou medidas como monitoramento eletrônico e afastamento de funções públicas de investigados ligados à rede criminosa.

Em nota, a defesa de Weverton Rocha afirmou que o senador recebeu a operação com surpresa e que irá prestar todos os esclarecimentos necessários assim que tiver acesso completo à decisão judicial.

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