Elos Ayta: alta do IR sobre JCP reduz retorno, mas muda pouco para ações consistentes

Dividendos, dividend yield e proventos

A elevação do Imposto de Renda sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 17,5% entra em vigor em 2026 e a mudança impacta diretamente sobre o retorno líquido para os investidores.

Um estudo exclusivo da Elos Ayta mostra que, apesar da mudança, ações historicamente associadas à geração recorrente de renda seguem liderando o ranking de dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) da B3 com as maiores medianas de retorno ao acionista. “O imposto reduz o retorno, mas a consistência ainda define quem permanece no topo”, afirmam.

O levantamento mostra que bancos, ações ligadas ao setor de energia elétrica e saneamento seguem dominando o topo da distribuição e concentram as maiores medianas de retorno ao acionista.

O Banco BMG (BMGB4) lidera entre as ações analisadas, com mediana nominal de dividend yield de 11,31% no período analisado. O estudo levou em consideração dados dos últimos cinco anos, com informações consolidadas até 17 de dezembro de 2025.

Após o desconto do IR atual, o retorno líquido recua para 9,61%, e cai para 9,33% no cenário de tributação mais elevada. “Mesmo com a alteração, o papel mantém vantagem relevante sobre os demais integrantes do ranking”, explicam os analistas. O projeto, que foi aprovado na quinta-feira (17), também inclui fintechs, instituições financeiras e bets.

O Banrisul (BRSR6) aparece na sequência do ranking, com mediana nominal de 8,75%, e Banco do Brasil (BBAS3), com 7,84%. Empresas como Cemig (CMIG3 e CMIG4), Copasa (CSMG3) e Sanepar (SAPR3, SAPR4 e SAPR11) sustentam medianas entre 5,5% e 7,3% ao longo de cinco anos.

Para os bancos, a elevação da alíquota reduz o dividend yield líquido em cerca de 0,2 ponto percentual, sem alterar a posição relativa das ações do Banrisul (BRSR6) e Banco do Brasil (BBAS3) entre as principais pagadoras de JCP do mercado. A Elos Ayta alerta, entretanto, que apesar das mudanças serem pequenas em termos percentuais, o efeito financeiro tem um impacto mais significativo quando aplicado a volumes maiores de capital.

“Em uma aplicação hipotética de R$ 100 mil em ações com dividend yield mediano de 7%, o investidor receberia R$ 5.950 líquidos com a alíquota atual de 15%. Com o novo imposto de 17,5%, o valor líquido cairia para R$ 5.775, uma diferença de R$ 175 em apenas um ano”, exemplifica.

JCP e impacto nas ações (Fonte: Elos Ayta)

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