Em relatório, o JPMorgan reforça a posição da Vale (VALE3) como a mineradora global mais barata e potencialmente lucrativa no atual cenário de preços do minério de ferro.
A instituição financeira atualizou suas análises com base em preços à vista (spot) e destacou diferenças relevantes entre as principais produtoras de minério do mundo.
De acordo com o banco, a Vale mantém a liderança em termos de valuation atrativo. Enquanto pares australianas negociam, em média, a múltiplos de 6,4 vezes o lucro projetado para o próximo ano, a brasileira opera a apenas 4,4 vezes. Com preços à vista, o desconto fica ainda mais evidente: a Vale é negociada a 3,7 vezes, frente à média de 5,2 vezes das concorrentes.
O relatório também aponta que a mineradora brasileira se destaca na geração de caixa. No cenário de preços atuais, a Vale poderia entregar um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) próximo de 9,8%, superando com folga a Rio Tinto, cuja estimativa fica em 6,8%. Segundo o JPMorgan, os preços à vista permitem que grandes mineradoras expandam seus retornos em até 3,7 pontos percentuais quando comparados ao cenário-base — novamente, com a Vale liderando.
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Quando o foco se volta para o potencial de revisão das projeções de mercado, Fortescue (FMG) e Vale surgem como destaques. Se os preços do minério se mantiverem no patamar atual, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da FMG poderia ficar 29% acima do consenso atual, enquanto o da Vale teria alta potencial de 28%. O recado, segundo o banco, é claro: o mercado ainda não incorpora um cenário de minério estável nos modelos.
Entretanto, a análise muda quando as estimativas são comparadas às projeções internas do próprio JPMorgan. Nesse recorte, Rio Tinto e BHP aparecem com maior espaço para revisões positivas, podendo registrar altas de Ebitda de 22% e 21%, respectivamente. Já Vale e FMG, que lideram na comparação com o consenso, apresentam menor margem de revisão frente às expectativas do banco.
A visão também ressalta que o comportamento do minério de ferro e o ritmo de demanda na China seguem como fatores determinantes para a performance do setor — mas, pelos números atuais, a Vale se mantém como a mineradora global mais barata e com um dos maiores potenciais de geração de caixa.
No início do mês, o JPMorgan revisou o preço-alvo para as ações VALE3 de R$ 89 para R$ 86, mantendo recomendação de compra para os ativos.
O banco vê a companhia se reposicionando no lado favorável de uma mudança estrutural na qualidade do minério de ferro, além de melhoria do “mix” de produtos. Isso deve apoiar margens mais fortes e uma visibilidade de preços mais clara daqui para frente.
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