Conhecido no mercado trader como Jukira, Milson Júnior afirma que os cortes de juros promovidos pelo Federal Reserve e a manutenção da Selic em patamar elevado podem intensificar o fluxo de capital estrangeiro e pressionar o dólar futuro para baixo.
Ainda assim, a incerteza política associada ao ano eleitoral de 2026 tende a manter o mercado em estado de alerta elevado.
Durante o evento Profit Summit, o trader e influenciador da Clear Corretora, ele compartilhou suas expectativas para o comportamento do dólar, afirmando que o cenário combina vetores externos favoráveis com riscos internos relevantes.
Segundo ele, o cenário externo tende a favorecer a entrada de capital estrangeiro no Brasil, especialmente em função dos cortes de juros promovidos pelo Federal Reserve. Por outro lado, o quadro interno segue carregado de incertezas, sobretudo diante de um ano eleitoral.
Além desse movimento, Jukira explicou como o carry trade — operação em que investidores captam recursos em países com juros baixos e aplicam em países com juros altos — pode influenciar diretamente o câmbio.
Nesse contexto, o Brasil, com sua taxa Selic ainda elevada, se torna um destino atrativo para esse capital, o que, na visão do trader, tende a pressionar o dólar para baixo no curto prazo.
“Entrando mais dinheiro no Brasil, os investidores desovam em dólar futuro. A moeda literalmente fica pressionado um pouco mais para baixo, colocando o dólar mais para baixo”, observa.
Risco fiscal e eleições no radar
Mesmo com esse cenário técnico aparentemente favorável, Jukira alerta para os riscos atrelados ao processo eleitoral. Na leitura do trader, a possibilidade de ausência de nomes da direita na disputa presidencial pode abrir espaço para uma reeleição do atual presidente, o que adiciona instabilidade fiscal ao ambiente.
Nesse sentido, Jukira reforça que a tendência é de um mercado altamente reativo às pesquisas eleitorais e declarações políticas. Dessa forma, a volatilidade deve ser uma constante no ano de 2026, com reações abruptas a qualquer sinal de mudança no quadro político.
“Eu acho que o mercado vai estar muito volátil porque abre caminho para o Lula ganhar mais uma eleição e, consequentemente, o nosso fiscal estará um pouco comprometido”, conclui.
Juros locais também influenciam o dólar
Por fim, outro ponto de atenção é a condução da política monetária no Brasil. A Selic segue em 15%, mas qualquer sinalização de corte pode alterar o fluxo de capital estrangeiro e a dinâmica do câmbio.
Caso esse movimento se confirme, a tendência, segundo ele, é de fortalecimento da bolsa e pressão adicional sobre o dólar. “Se isso acontecer, com certeza coloca mais pressão no dólar para baixo, mais bolsa para cima”, explica.
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