O governo dos Estados Unidos reconheceu, em documento enviado a um tribunal federal, que é responsável pelos danos causados pela colisão fatal entre um helicóptero do Exército e um avião regional da American Airlines, ocorrida no início deste ano perto de Washington — um dos acidentes mais graves das últimas décadas.
“Os Estados Unidos admitem que tinham o dever de cuidado com os autores da ação, que foi descumprido, causando diretamente o trágico acidente” em 29 de janeiro, que matou 67 pessoas, afirmaram os advogados do Departamento de Justiça em um documento judicial na quarta-feira (17). Essa é uma das cerca de 20 ações judiciais abertas por conta do acidente.
O jato CRJ-700 da American e o helicóptero Sikorsky UH-60 Black Hawk colidiram quando o avião se aproximava do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, na Virgínia, e ambos caíram no rio Potomac. O avião levava 60 passageiros e quatro tripulantes no voo 5342, que saiu de Wichita, Kansas. O helicóptero transportava três pessoas em uma missão de treinamento. Familiares das vítimas processaram o governo e a American, além de uma de suas subsidiárias, a PSA Airlines.
A CNN já havia divulgado a apresentação do documento pelo Departamento de Justiça.
Robert Clifford, advogado que representa a esposa de um dos passageiros mortos, disse que o Exército dos EUA assumiu sua “responsabilidade pela perda desnecessária de vidas”, assim como a falha da Administração Federal de Aviação (FAA) em seguir os procedimentos de controle de tráfego aéreo. Mas ele ressaltou que o governo é apenas “uma das várias causas” do acidente, e que a American e a PSA tentam rejeitar as acusações.
A American preferiu não comentar o documento recente, mas encaminhou à Bloomberg sua moção anterior para rejeitar o processo contra a empresa. Na moção, a companhia disse que entende o desejo das famílias por reparação, mas que “o caminho legal correto não é contra a American, e sim contra o governo dos Estados Unidos.”
A FAA encaminhou as perguntas ao Departamento de Justiça. O Exército dos EUA não respondeu aos pedidos de comentário após o expediente.
O acidente foi seguido por outros incidentes na aviação, como quase colisões, que geraram preocupação entre os passageiros. Desde então, a FAA reforçou as medidas de segurança no movimentado aeroporto Reagan e limitou operações de helicópteros não essenciais.
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