A Movida (MOVI3) acumula alta de 200% no ano e o resultado positivo levou o Itaú BBA a atualizar as estimativas e o potencial de valorização para o próximo ano. De acordo com o banco, a companhia teve o maior beta (medida de volatilidade de um ativo) entre as empresas analisadas.
O BBA segue otimista e tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 15,50. O banco ressalta que os investidores estão cautelosos com o segmento de Seminovos e, mais recentemente, com a pressão da concorrência sobre a RAC (aluguel de carros).
“Embora abordemos a primeira preocupação com o aumento das despesas de depreciação no próximo ano (+12% em relação ao ano anterior), acreditamos que os riscos da segunda são menos evidentes e, potencialmente, se materializarão apenas no segundo semestre de 2026, quando o ciclo de flexibilização monetária e o período eleitoral provavelmente terão um impacto maior do que os volumes de curto prazo”, avalia. Isso significa que a MOVI3 provavelmente continuará sua valorização.
Dito isso, no setor, Embraer (EMBJ3), WEG (WEGE3) e GPS (GGPS3) continuam sendo suas principais escolhas.
Para 2026, a expectativa equilibrada do banco é de lucro líquidoda Movida com uma alta de 12%, um aumento de 55% em relação à estimativa para 2025, de R$ 303 milhões. A nova estimativa é resultado da incorporação das projeções da empresa para o 4º trimestre, com lucro líquido de R$ 87 milhões. Segundo o BBA, esses números ainda são conservadores, considerando o aumento de 10% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa em 2026.
O relatório posiciona a Movida como uma das melhores opções para aproveitar o movimento de queda de juros no Brasil, com uma exposição de 80% da dívida bruta à Selic. Essa porcentagem equivale a uma redução de R$ 100 milhões a cada redução de 100 pontos-base dos juros.
Os analistas explicam que esse valor representa 33% da projeção de lucro líquido para 2025 e 21% da projeção para 2026, dando ênfase aos esforços da companhia para evitar novos aumentos na alavancagem e manter a dívida sob controle.
Locações e seminovos
As estratégias da Movida também incluem aumento das tarifas para locação residencial e comercial, em vez de expansão da frota. Parte desse aumento deve acontecer em reflexo a maior inclusão de locações de curto prazo, o que pode resultar em um crescimento de um dígito alto a dois dígitos baixos nas tarifas durante 2026, de acordo com o banco.
A estratégia gerou preocupação entre os investidores, com receio de que o movimento torne a companhia mais suscetível a comportamentos potencialmente mais agressivos da concorrência. Os analistas, entretanto, acreditam que isso só deve acontecer no segundo semestre do próximo ano, após queda nas tarifas.
O resultados com os Seminovos também se mostraram estáveis, com a estimativa de vendas para o final deste ano chegando a 96 mil unidades. Para o banco, com esse colchão de segurança, a Movida não precisará acelerar as vendas em 2026, também levando em consideração que a companhia não pretende aumentar a frota.
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