FOFs perdem espaço? FII RBFF11 se reposiciona e aposta em modelo multiestratégia

Fundos imobiliários. (Foto: Pexels)

Os cotistas do fundo imobiliário RBFF11 (Rio Bravo Fundo de Fundos) aprovaram em assembleia geral extraordinária (AGE) uma ampla reformulação de sua estrutura. A decisão transforma o antigo fundo de fundos (FOF) em um fundo imobiliário multiestratégia, movimento que acompanha uma mudança em curso no mercado de FIIs.

Com a aprovação dos cotistas, o fundo passará por alterações no regulamento, na política de investimentos, no nome e até no ticker, que será alterado para RBFM11. A mudança amplia o escopo de atuação do veículo, permitindo investimentos em diferentes frentes do setor imobiliário, como ativos de tijolo, crédito direto, desenvolvimento imobiliário e até companhias listadas com atuação no segmento.

Nos últimos 12 meses, os fundos multiestratégia ganharam espaço no mercado. Segundo dados da própria Rio Bravo, esses veículos já representam 5,8% da composição do IFIX, mais que o dobro da participação dos FOFs tradicionais, que recuaram para 2,8%. A maior flexibilidade de alocação e o potencial de retorno superior ajudaram a impulsionar esse movimento.

Diferentemente de outros processos recentes no mercado, a transformação do RBFF11 não envolve fusões ou incorporações. A expectativa da casa é que o novo formato contribua para uma melhor precificação do ativo. “Hoje, os fundos multiestratégia negociam, em média, a um P/VP superior ao dos FOFs. Queremos explorar esse potencial de apreciação”, diz Isabella Almeida, gestora de fundos imobiliários da Rio Bravo.

Outro ponto do novo RBFM11 será a forte exposição a ativos de tijolo. A alocação-alvo do fundo prevê entre 40% e 70% do portfólio em imóveis físicos, percentual superior à média atual dos fundos multiestratégia, estimada em cerca de 27%.

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Dividendos extraordinários

Além da mudança de estratégia, os cotistas também aprovaram ajustes na metodologia de cálculo da taxa de performance e a renúncia da Rio Bravo a cerca de R$ 4 milhões em taxa até então provisionada. Esse movimento abre espaço para um pagamento extraordinário aos cotistas, que deve resultar em um rendimento adicional.

De acordo com a gestora, o valor mensal de R$ 0,51 por cota, já esperado para dezembro, pode ser pago em dobro. “Optamos por devolver ao cotista uma parcela da taxa que estava provisionada no passivo do fundo. Zeramos essa obrigação e iniciamos um novo ciclo com uma metodologia mais justa”, explica Almeida. A gestora informou que divulgará nos próximos dias o valor exato e a data do pagamento.

A AGE também aprovou medidas voltadas ao fortalecimento da governança e da liquidez, como o desdobramento de cotas na proporção de 1 para 5, a possibilidade de recompra de cotas pelo próprio fundo e limites de votação para grupos de cotistas.

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