La Niña traz incertezas e limita visibilidade para preços de energia, diz Goldman

O céu fechou antes de forte chuva, no bairro de Perus, região noroeste de São Paulo (SP), na tarde deste domingo (23). (Foto: ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

A possível continuidade do fenômeno climático La Niña, caracterizada por temperaturas da superfície do mar abaixo da média no Oceano Pacífico equatorial, acompanhadas por mudanças relevantes nas correntes oceânicas, adiciona incerteza ao cenário de preços de energia no Brasil, segundo análise do Goldman Sachs.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há cerca de 32% de chance de manutenção da La Niña no primeiro trimestre de 2026, enquanto a probabilidade de transição para um cenário neutro no mesmo período é de 68%.

Historicamente, anos de La Niña estiveram associados a volumes mais elevados de chuvas no país, medidos pela Energia Natural Afluente (ENA). No entanto, o Goldman Sachs ressalta que, na média, esse efeito foi pouco relevante, com aumento de apenas 0,4 ponto percentual da ENA em relação à média de longo prazo. Além disso, a correlação entre o regime de chuvas e o índice de El Niño/La Niña é baixa, o que reduz a previsibilidade dos impactos.

Nesse contexto, o Goldman Sachs mantém projeções de preços spot de energia praticamente estáveis entre 2026 e 2028, em torno de R$ 220 por megawatt-hora (MWh), em termos reais, ante R$ 226/MWh estimados para 2025. A partir de então, os preços tenderiam a R$ 200/MWh no mercado do Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o banco, desvios em relação a esse cenário dependerão do comportamento das chuvas no próximo período chuvoso, mas a visibilidade segue limitada.

O relatório também destaca que os efeitos da La Niña variam por região no Brasil. No Norte e Nordeste, o fenômeno tende a aumentar a frequência de chuvas intensas, enquanto no Sul eleva o risco de períodos mais secos. Para o Sudeste e o Centro-Oeste, os dados históricos não apontam impactos consistentes.

Axia (AXIA3) tem recomendação de compra

No mercado de ações, o Goldman Sachs mantém recomendação de compra para a Axia, apoiada por um portfólio de geração pouco contratado em um ambiente de preços mais elevados de energia e por um caminho claro de crescimento dos dividendos. A expectativa é de rendimento de dividendos (dividend yield) de 9% em 2026 e 15% em 2027.

Ainda assim, o banco reconhece que as cotações já refletem parcialmente esse cenário mais favorável, o que torna o papel mais sensível à volatilidade, especialmente diante da incerteza climática.

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