O setor de varejo segue em um momento de forte seleção pelo mercado. A Magazine Luiza (MGLU3), apesar de ainda acumular uma expressiva valorização de 50,55% em 2025, entrou em um processo de correção mais acentuado neste fim de ano, com queda de 7,59% em dezembro. Na última sessão, o papel recuou 3,46%, fechando a R$ 9,50, aprofundando o ajuste após falhar no rompimento da região de resistência entre R$ 11,64 e R$ 12,13.
Já a Casas Bahia (BHIA3) apresenta um quadro bem mais frágil: a ação cai 12,46% em dezembro, acumula avanço modesto de 4,50% em 2025 e encerrou a última sessão com baixa de 0,66%, aos R$ 3,02, operando próxima à mínima histórica. Tecnicamente, enquanto MGLU3 corrige dentro de um movimento maior, BHIA3 segue pressionada, com predominância clara do fluxo vendedor.
A seguir, destrinchamos os principais suportes e resistências de cada papel, além dos sinais de força ou fraqueza revelados pelos indicadores técnicos no curto e médio prazo.
Análise da Casas Bahia (BHIA3)
No médio prazo, o cenário da Casas Bahia segue bastante fragilizado. Apesar de acumular alta de 4,50% em 2025, o papel recua 12,46% em dezembro e opera próximo à mínima histórica, refletindo a dificuldade do mercado em precificar uma reversão mais estrutural.
Pelo gráfico semanal, BHIA3 mantém tendência de baixa, negociando abaixo das principais médias móveis, que seguem inclinadas negativamente. O IFR (14) em 42,64 permanece em zona neutra, indicando que ainda há espaço tanto para repiques técnicos quanto para continuidade da pressão vendedora.
Os suportes mais relevantes aparecem em R$ 2,97, R$ 2,60, R$ 2,40, R$ 2,07, R$ 2,00 e, em cenário mais extremo, R$ 1,50.
Pelo lado das resistências, destaco R$ 3,15, R$ 3,52, R$ 3,93, seguidas por R$ 5,09, R$ 5,48 e R$ 7,44, níveis que só seriam buscados caso ocorra uma mudança estrutural mais consistente no fluxo.

Análise de curto prazo
No curto prazo, a Casas Bahia (BHIA3) permanece inserida em um contexto técnico claramente negativo. A ação encerrou a última sessão com baixa de 0,66%, aos R$ 3,02, mantendo a sequência de mínimas relativas e a predominância do fluxo vendedor.
Pelo gráfico diário, o ativo segue negociando abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, ambas inclinadas para baixo, o que reforça o viés baixista. O IFR (14) em 37,95 indica enfraquecimento do momentum vendedor, mas ainda sem caracterizar condição clara de sobrevenda.
A região de R$ 2,97 segue como primeiro suporte imediato. Sua perda tende a intensificar o movimento de baixa em direção a R$ 2,78 e R$ 2,66. A perda da mínima histórica em R$ 2,60 abriria espaço para extensões mais profundas, com alvos em R$ 2,53 e R$ 2,35.
Pelo lado da recuperação, as resistências mais próximas estão em R$ 3,08, R$ 3,35, R$ 3,55 e R$ 3,80, níveis que só ganham relevância com entrada consistente de volume.

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Análise da Magazine Luiza (MGLU3)
No médio prazo, a leitura é de acomodação após um rali expressivo. Mesmo com a correção recente, a Magazine Luiza ainda sustenta alta de 50,55% em 2025, mas o recuo de 7,59% em dezembro indica realização de lucros e perda de momentum.
Pelo gráfico semanal, o ativo passou a operar de forma lateral, com as médias móveis praticamente andando de lado e o preço oscilando dentro de um range bem definido. O IFR (14) em 52,38 reforça esse cenário de equilíbrio entre compradores e vendedores.
Os suportes mais importantes estão em R$ 8,94, R$ 8,08 e R$ 7,48. Em um horizonte mais amplo, a faixa entre R$ 6,52 e R$ 5,54 aparece como suporte estrutural relevante. A perda dessa região enfraqueceria de forma mais significativa o cenário, abrindo espaço para recuos até R$ 5,00 e R$ 4,42.
Pelo lado superior, além de R$ 10,77 e R$ 11,57, o nível de R$ 12,13 segue sendo o principal gatilho para retomada da tendência de alta.

Análise de curto prazo
No curto prazo, observo que a Magazine Luiza (MGLU3) aprofundou o movimento corretivo iniciado após a rejeição na faixa entre R$ 11,64 e R$ 12,13. O fechamento da última sessão em R$ 9,50, com queda de 3,46%, confirmou a perda de força compradora e a mudança de inclinação dos candles, que agora passam a sinalizar maior pressão vendedora.
Tecnicamente, o ativo passou a negociar abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, que assumem papel de resistência dinâmica no curto prazo. O preço se aproxima de uma região técnica sensível, onde está localizada a média móvel de 200 períodos, entre R$ 9,02 e R$ 9,05.
O IFR (14) marca 45,77, em zona neutra, indicando que ainda há espaço tanto para uma reação quanto para a extensão do movimento corretivo, sem caracterizar sobrevenda.
Entre os suportes, destaco R$ 9,39, a própria média de 200 períodos em R$ 9,02, além de R$ 8,87, R$ 7,97, R$ 7,48 e R$ 6,98. Pelo lado das resistências, qualquer tentativa de retomada passa, inicialmente, pela recuperação de R$ 10,09 e R$ 10,40. Acima disso, o ativo volta a enfrentar a região crítica entre R$ 11,64 e R$ 12,13, antes de mirar R$ 13,38 e R$ 14,00.

Suporte e resistência
BHIA3 (Casas Bahia)
Com base no fechamento mais recente, aos R$ 3,02, as ações da Casas Bahia contam com:
- Suportes de curto prazo em R$ 2,97 (1), R$ 2,78 (2) e R$ 2,66 (3);
- Resistências de curto prazo em R$ 3,08 (1), R$ 3,35 (2) e R$ 3,55 (3).
- Suportes de médio prazo em R$ 2,97 (1), R$ 2,60 (2) e R$ 2,40 (3);
- Resistências de médio prazo em R$ 3,52 (1), R$ 3,93 (2) e R$ 5,09 (3).
MGLU3 (Magazine Luiza)
Com base no fechamento mais recente, aos R$ 9,50, as ações da Magazine Luiza contam com:
- Suportes de curto prazo em R$ 9,39 (1), R$ 9,02 (2) e R$ 8,87 (3);
- Resistências de curto prazo em R$ 10,09 (1), R$ 10,40 (2) e R$ 11,64 (3).
- Suportes de médio prazo em R$ 8,94 (1), R$ 8,08 (2) e R$ 7,48 (3);
- Resistências de médio prazo em R$ 11,57 (1), R$ 12,13 (2) e R$ 14,00 (3).
(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
- O que é uma linha de tendência na análise gráfica?
- O que são médias móveis e como usá-la para estratégia de Trade
- Bandas de Bollinger: como usar e interpretar?
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