A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (16) revela que a corrida presidencial de 2026 segue marcada por um alto grau de indefinição. Na intenção de voto espontânea, quando o entrevistado responde sem acesso a uma lista de candidatos, 65% dos eleitores dizem não saber ou não responder em quem votariam.
O percentual é significativamente superior ao observado no mesmo período do ciclo eleitoral anterior. Em 2021, meses antes da eleição presidencial de 2022, o índice de indecisos era de 54%, o que indica um eleitorado ainda mais cauteloso e distante de decisões antecipadas neste momento.
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O dado ajuda a contextualizar os cenários estimulados divulgados pela própria Quaest, nos quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera, seguido por nomes da direita como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Embora esses cenários indiquem tendências, a elevada taxa de indefinição mostra que boa parte do eleitorado ainda não internalizou a disputa nem associou preferências claras aos possíveis candidatos.
Esse contingente pode ser decisivo para o desfecho da eleição. Trata-se, em grande medida, de eleitores menos ideologizados, sensíveis a fatores conjunturais como economia, emprego, políticas sociais e desempenho do governo ao longo de 2026.
A própria pesquisa aponta melhora na percepção sobre emprego e redução do pessimismo econômico, mas sem conversão automática em escolha eleitoral.
O avanço dos indecisos em relação a 2021 também sugere um ambiente político menos cristalizado do que no ciclo anterior, quando a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro já estava mais consolidada com antecedência.
Agora, mesmo com Lula no Planalto e Bolsonaro fora da disputa direta, o eleitor parece adotar postura de espera diante da fragmentação do campo oposicionista e da ausência de uma campanha efetivamente iniciada.
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 eleitores entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
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