A B3 (B3SA3) divulgou suas projeções para 2026, além de anunciar um novo programa de recompra de ações. A companhia prevê investimentos (capex) entre R$ 260 milhões e R$ 350 milhões, acima da faixa de R$ 240 e R$ 330 milhões de 2025. Às 12h35 (horário de Brasília), as ações subiam 1,26%, a R$ 14,51, em um dia de ânimo para o mercado em geral.
Em relação às despesas ajustadas, a empresa projeta entre R$ 2,4 bilhões e R$ 2,6 bilhões para o ano que vem, acima da faixa de R$ 2,26 bilhões e R$ 2,45 bilhões de 2025.
Segundo Goldman Sachs, as projeções indicam crescimento das despesas ajustadas bem acima da inflação, além de maiores despesas atreladas à receita, que tendem a ser compensadas por um crescimento mais forte da própria receita.
Por outro lado, o ponto médio do guidance de capex ficou 8% abaixo da estimativa do Goldman Sachs. Ainda assim, o guidance de desembolsos totais aponta crescimento de dois dígitos em relação a 2025 e fica 7% acima da estimativa do banco no ponto médio.
De forma positiva, as despesas com depreciação e amortização vieram ligeiramente melhores do que o esperado, e a B3 indicou um payout saudável para 2026, entre 90% e 110%, o mesmo intervalo observado em 2025. O Goldman Sachs estima um payout de 100% do lucro de 2025, que pode ocorrer tanto via dividendos quanto por recompras de ações.
A administração renovou o programa de recompra para até 230 milhões de ações, o equivalente a 4,5% do total em circulação. O programa é menor do que o de 2025, que previa 380 milhões de ações, ou 7,2% do total, mas o banco observa que apenas 166 milhões haviam sido recompradas até outubro. A companhia também indicou que pode priorizar dividendos em relação às recompras, já que o preço da ação se valorizou 39% desde o anúncio do programa de 2025, em 13 de novembro.
Apesar do valuation ser considerado relativamente atrativo, com o papel negociado a 13,4 vezes P/L (Preço sobre Lucro) para 2026, ante 22,9 vezes de pares globais, o Goldman Sachs avalia que o elevado nível das taxas de juros no Brasil limita o potencial de alta dos volumes, além de persistirem preocupações com a concorrência. Além disso, o guidance de despesas mais elevado pode ser recebido de forma negativa pelo mercado. O banco mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 14,80.
De forma geral, a leitura do JPMorgan é majoritariamente neutra, uma vez que os custos seguem em linha com o esperado e o aumento das despesas atreladas à receita é parcialmente distorcido pela mudança metodológica.
O banco observa que a B3 negocia a 13,4 vezes o P/L para 2026, ressaltando que suas estimativas ainda não incorporam possíveis aumentos de impostos, tema que segue em discussão no Congresso. Com isso, o banco manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 15.
Por fim, o JPMorgan lembra que a B3 realizará seu Investor Day nesta terça-feira (16).
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