Neste domingo (14), o Chile vive o segundo turno das eleições presidenciais, com voto obrigatório pela primeira vez na história do país.
O candidato de ultradireita José Antonio Kast, fundador do Partido Republicano e apelidado de “Bolsonaro chileno”, enfrenta a comunista Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho, em uma disputa marcada por antagonismo entre visões opostas de sociedade.
As últimas pesquisas, apuradas pela BBC, dão vantagem a Kast por mais de dez pontos, mas indecisos e o eleitorado de Franco Parisi, que ficou em terceiro no 1º turno, com 20%, podem mudar o placar.
Kast disputa pela terceira vez e ganhou apoio de Johannes Kaiser (libertário) e Evelyn Matthei (direita tradicional).
Jara venceu o 1º turno representando esquerda e centro-esquerda. Mais de 5 milhões de chilenos votam obrigatoriamente pela 1ª vez, criando incerteza.
Ambos cortejam o centro, mas representam modelos antagônicos. O resultado define o rumo do Chile em segurança, economia e imigração. Veja as principais diferenças:
José Antonio Kast
Advogado de 59 anos, líder da ultradireita, Kast centra a campanha em um “governo de emergência” contra criminalidade e imigração irregular.
“O Chile voltará a ser um país seguro”, disse o candidato.
Comparado a Javier Milei, Donald Trump e Jair Bolsonaro, ele moderou alguns discursos recentes.
Evitou temas como aborto, casamento homoafetivo e regime Pinochet, que defendeu no passado.
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Principais propostas:
Imigração: Deportações em massa de irregulares (voos fretados pagos pelos próprios), crime para entrada ilegal, Plano Escudo Fronteiriço e corte de benefícios (saúde/educação) a estrangeiros sem documentos.
Economia: Corte de US$ 6 bi (R$ 32,4 bi) em gastos fiscais em 18 meses, sem afetar pensões sociais; redução de imposto corporativo de 27% para 23%; fim de IR sobre venda de ações em alguns casos.
Segurança: Fronteiras fechadas com Forças Armadas.
Internacional: “Pela razão ou pela força” contra intervenção dos EUA na Venezuela; elogia Nayib Bukele (El Salvador).
Jeannette Jara
Aos 51 anos, a ex-ministra do Trabalho do atual governo representa a coalizão de esquerda e centro-esquerda. Venceu o 1º turno com foco em segurança e migração – prioridades chilenas –, prometendo atacar a “raiz do crime”.
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Principais propostas:
Economia/Social: “Renda vital” de US$ 800/mês (R$ 4,3 mil) para vulneráveis, financiada por subsídios a PMEs; redução de luz; apoio à poupança jovem (25-40 anos) para moradia; fim da Unidade de Fomento nos setores de saúde e educação, para evitar o aumento “excessivo” dos pagamento subsídio unificado a emprego para mulheres, jovens e idosos); corte em filas médicas.
Imigração: Registro biométrico; regularização limitada (empregados sem antecedentes, com família); controle de fronteiras com Forças Armadas e tecnologia.
Segurança: Fim de sigilo bancário contra narcotráfico; fortalecimento policial e controle de armas. “Não adianta mais prisões sem atacar finanças do crime”, disse.
Internacional: Defende que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, “sem dúvida, deve deixar o poder”. Mas alertou que a proposta de Donald Trump, para ela, “viola o direito internacional”. “Não vou apoiar a invasão de outro país”, disse. Renunciará ao Partido Comunista se eleita.
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