Três dias após o ciclone extratropical que trouxe fortes ventos a São Paulo nesta semana, 372.463 mil imóveis no estado ainda estavam sem energia elétrica até às 12h30 deste sábado (13), segundo dados da Enel. O apagão marca o quinto episódio na capital paulista e região metropolitana desde novembro de 2023.
Esses eventos geram não só transtornos, mas prejuízos materiais, como queima de eletrodomésticos por pancadas de energia. O seguro residencial pode ser um aliado nessas situações, recompondo perdas em equipamentos elétricos essenciais, como geladeiras, televisores e computadores, danificados por tempestades ou variações de energia.
Segundo levantamento da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão federal que regula o setor de seguros no Brasil, das 90 milhões de residências no país, apenas 20% possuem seguro residencial.
A cobertura básica, obrigatória em todas as apólices, protege contra incêndio, queda de raio e explosão. Para danos elétricos, porém, é preciso adicionar coberturas complementares, como as oferecidas no mercado.
Na hora da contratação de um seguro residencial, é exigido que o segurado opte por pelo menos uma cobertura adicional, como as listadas abaixo. No entanto, em muitos casos, a cobertura para danos elétricos não é escolhida por diversos motivos, o que resulta em sua baixa adoção.
Coberturas adicionais oferecidas no mercado brasileiro, segundo a Susep:
- Alagamento/inundação
- Danos elétricos
- Danos por água
- Derramamento d’água/vazamento sprinklers
- Desmoronamento
- Tacos de golfe
- Perda pagamento de aluguel
- Quebra de vidros
- Roubo de bens, entre outros.
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Documentos para contratação e indenização
Para contratar o seguro residencial, as seguradoras geralmente solicitam documentos básicos pessoais do interessado, como RG, CPF, CNH ou CNPJ, além do comprovante de endereço.
Algumas seguradoras, como a Simple2U, não exigem documentos do imóvel na entrada da contratação, somente em casos de sinistro (ocorrência do risco previsto no contrato de seguro).
O cliente pode contratar o seguro a qualquer momento, direto pelo aplicativo, e a proteção começa às 00h do dia seguinte à contratação, sem carência.
“Vale em todo o território nacional e pode ser usado tanto em imóveis próprios quanto alugados, seja para a moradia, home office ou até imóveis por temporada”, explica a empresa.
Quando ocorre um sinistro e o segurado aciona o seguro, a seguradora solicita uma documentação mais detalhada para comprovar o dano e a propriedade do imóvel e bens afetados. Entre os documentos requeridos estão:
- Comprovante de residência atualizado;
- Documentos pessoais do segurado (CPF/CNPJ);
- Contrato do seguro (apólice);
- Certidão de registro do imóvel (escritura);
- IPTU;
- Contrato de aluguel (para inquilinos);
- Boletim de ocorrência (no caso de roubo, furto ou danos por fatores externos);
- Orçamento para reparo e/ou substituição dos bens sinistrados;
- Nota fiscal dos reparos e substituições efetuadas;
- Comprovação de propriedade da residência ou do equipamento danificado;
- Comprovantes das despesas efetuadas no combate ao sinistro.
“Após o recebimento da documentação, a seguradora realiza uma análise para comprovação de informações e a legitimidade dos prejuízos para liberar a indenização ao segurado”, afirma a Simple2u.
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Mitos e verdades dos seguros residenciais
No universo dos seguros residenciais, uma série de crenças, dúvidas e desinformações podem confundir consumidores na hora de contratar uma proteção adequada para suas casas. Veja os principais mitos desmistificados:
Seguro residencial é muito caro?
Mito. O custo depende do valor segurado e das coberturas escolhidas, e pode ser bem acessível.
“O modelo on demand [sob demanda] do seguro residencial é personalizado de acordo com o perfil do cliente, que pode escolher as coberturas que realmente necessita. O valor depende dessas escolhas, pois o cliente customiza as coberturas no momento da simulação”, diz Camila Beck, gerente de novos negócios da seguradora Simple2u.
Algumas seguradoras oferecerem seguros residenciais por menos de R$ 20 mensais.
O InfoMoney solicitou uma simulação para a Simple2u. O valor mínimo de contratação mensal para o seguro residencial na empresa é de R$ 17,99. Essa cobertura inclui proteção básica de até R$ 100 mil, além de garantias contra danos elétricos, roubo ou furto qualificado, perda ou pagamento de aluguel, e quebra de vidros, espelhos, mármores e granitos.
“Muitas vezes, o valor mensal que se paga é menor do que o custo de um café por dia”, afirma Jarbas Medeiros, presidente de riscos patrimoniais da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), entidade que representa as seguradoras que operam no ramo.
O custo da apólice (contrato de seguros) varia conforme localização, valor segurado e histórico local. Em apartamentos, o valor costuma ser um pouco menor do que o cobrado pelo seguro para casas, onde há maior exposição a riscos como roubo.
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Cobre incêndios, roubos e alagamentos?
Verdade. A cobertura básica inclui, obrigatoriamente, incêndios, queda de raio e explosão, mas as coberturas adicionais podem ampliar a proteção contra outros riscos.
No ato de contratação do seguro residencial, é exigido que o segurado opte por pelo menos uma cobertura adicional.
Demora para indenizar?
Mito. Muitas seguradoras têm processos rápidos, desde que a documentação esteja correta.
Para receber a indenização do seguro residencial, é fundamental apresentar toda a documentação exigida, que varia conforme o tipo de cobertura, como boletins de ocorrência, orçamentos para reparos, fotos dos danos e comprovantes diversos.
Com a documentação completa e correta, o pagamento da indenização pode ser feito em até 10 dias corridos em algumas seguradoras, por isso é importante deixar os documentos sempre organizados para acelerar o processo.
Inquilinos podem contratar?
Verdade. Proprietários e inquilinos podem contratar seguros específicos para proteger estrutura e bens. Existem apólices focadas em cada perfil para garantir proteção adequada.
Por exemplo, se você mora em outra residência e está temporariamente na casa de um familiar, como sua mãe, também pode contratar o seguro para esse imóvel.
Além disso, o seguro residencial também pode incluir a cobertura chamada de responsabilidade civil do morador, que cobre situações como vazamentos no apartamento que atingem vizinhos, e casos como acidentes com animais de estimação que resultem em danos a terceiros.
Não preciso porque nunca tive problema?
Mito. Embora muitas pessoas acreditem que o seguro não seja necessário porque nunca enfrentaram problemas, a proteção oferecida pelo seguro é cada vez mais importante diante dos riscos e imprevistos atuais.
O seguro residencial pode ainda incluir assistências que trazem benefícios práticos no dia a dia, como atendimento de chaveiro, eletricista, encanador, reparos de eletrodomésticos e hidráulicos, por exemplo.
Tem alguma dúvida sobre o tema? Envie para leitor.seguros@infomoney.com.br que buscamos um especialista para responder para você!
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