Trump prorroga prazo para venda do TikTok nos EUA até dezembro

O presidente americano Donald Trump estendeu novamente o prazo para que a empresa chinesa ByteDance, controladora do TikTok, se desfaça das operações da plataforma nos Estados Unidos — desta vez até 16 de dezembro — evitando o bloqueio nacional do aplicativo.

Nesta terça-feira, Trump assinou uma ordem executiva para conceder mais tempo para finalizar a venda do popular aplicativo de compartilhamento de vídeos, após recentes negociações entre representantes dos EUA e da China que resultaram em um acordo preliminar.

Mais cedo, o presidente disse a repórteres que tinha “um acordo sobre o TikTok” com os chineses, ao deixar a Casa Branca para uma visita oficial ao Reino Unido, mas não revelou as empresas envolvidas. Trump deve conversar na sexta-feira com o líder chinês Xi Jinping sobre o plano.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou em entrevista à CNBC que o acordo é semelhante aos termos comerciais negociados anteriormente e indicou acreditar que Trump e Xi finalizarão o acordo nesta semana.

“Esse acordo não seria fechado sem as salvaguardas adequadas para a segurança nacional dos EUA”, disse Bessent. “Parece que também conseguimos atender aos interesses chineses.”

As operações do TikTok nos EUA seriam controladas por um grupo que inclui Oracle Corp., Silver Lake e Andreessen Horowitz, segundo o Wall Street Journal, citando fontes próximas ao acordo.

A CNBC informou que a Oracle manteria o contrato de nuvem do TikTok dentro do acordo em discussão, que pode ser fechado em 30 a 45 dias. Várias versões de uma solução envolvendo a Oracle como parceira técnica do TikTok foram consideradas ao longo dos anos.

As ações da Oracle subiram até 5,9% em Nova York na terça-feira. O papel da empresa acumula alta de 85% no ano, impulsionado pelo crescimento do negócio de infraestrutura em nuvem.

A ordem executiva de Trump é a quarta extensão desde que a lei de segurança nacional que exige que a ByteDance venda o negócio do TikTok nos EUA entrou em vigor em janeiro. Desde então, Trump orientou o Departamento de Justiça a não aplicar a lei nem penalizar outras empresas que apoiam o TikTok.

Trump concedeu mais uma prorrogação mesmo que a lei de segurança nacional de 2024 permita apenas uma extensão de 90 dias do prazo. Essa postura desafia o consenso bipartidário por trás da exigência de venda ou banimento — e levanta dúvidas sobre a legalidade das extensões repetidas do presidente.

Os termos do novo acordo potencial, e se eles atenderiam aos requisitos da lei de segurança nacional, ainda não estão claros, mas a disposição para contestar Trump legal ou politicamente sobre sua abordagem ao TikTok diminuiu.

A extensão desta terça-feira permite que o TikTok continue operando nos EUA, e que parceiros como Apple Inc. e Alphabet Inc., dona do Google, mantenham o aplicativo em suas lojas online enquanto a administração negocia um acordo de “desinvestimento qualificado” para um proprietário não chinês.

Embora vários compradores tenham demonstrado interesse no TikTok no último ano, autoridades chinesas em Pequim têm a palavra final sobre qualquer transação e manifestaram oposição a um acordo até o final de agosto. No passado, a administração também indicou estar próxima de um acordo que não se concretizou.

Antes do anúncio de Bessent, Trump disse a repórteres que “poderia deixar o assunto morrer” e que a decisão estava “nas mãos da China”.

A lei Protecting Americans from Foreign Adversary Controlled Applications Act foi criada para lidar com preocupações de que o popular aplicativo, usado por cerca de metade da população americana, poderia ser usado por Pequim para manipular a opinião pública e coletar dados sensíveis dos americanos. A medida teve amplo apoio bipartidário e foi sancionada pelo então presidente Joe Biden.

Mas Trump, que acredita que o aplicativo o ajudou a conquistar eleitores jovens na última eleição, tem relutado em aplicar a proibição. Mais recentemente, ele minimizou as preocupações com privacidade e segurança nacional, dizendo em agosto que elas são “muito superestimadas”. Dias antes, a Casa Branca lançou sua própria conta no TikTok.

© 2025 Bloomberg L.P.

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