
Fundos de ações competem pela maior capacidade de escolher os melhores papéis da Bolsa, mas há um certo consenso sobre quais são, no geral, as melhores e piores aquisições. Segundo levantamento da XP publicado nesta quarta-feira (18), os gestores estão aumentando a aposta em ações ligadas a serviços financeiros, transportes e utilities, enquanto reduzem drasticamente a exposição a papéis do varejo, agro e setor de educação.
A análise da XP se baseia em uma metodologia quantitativa que combina exposição setorial com cinco fatores de estilo — low risk, momentum, quality, size e value. O resultado é um ranking com os ativos mais bem e mal posicionados pelos fundos entre mais de mil carteiras avaliadas, que somam R$ 280 bilhões em ativos.
As 10 ações preferidas dos gestores
Entre os papéis com maior pontuação nos critérios de exposição, destaque para ITUB4 (Itaú Unibanco), BBSE3 (BB Seguridade) e TGMA3 (Tegma). A predominância de empresas dos setores financeiro, transporte e energia sugere uma preferência dos gestores por nomes com perfil defensivo, geração de caixa estável e boa governança.
Além disso, ações como ABEV3 (Ambev) e WEGE3 (Weg) reforçam a presença de nomes tradicionalmente bem vistos pelo mercado em momentos de incerteza.
Ação | Setor | Score |
---|---|---|
Itaú Unibanco (ITUB4) | Bancos | 100.0 |
BB Seguridade (BBSE3) | Financeiras não-bancos | 99.4 |
Tegma (TGMA3) | Transporte | 98.8 |
Portobello (PORT3) | Transporte | 98.2 |
Engie (EGIE3) | Utilities | 97.5 |
Ambev (ABEV3) | Alimentos e Bebidas | 96.9 |
Bradespar (BRAP4) | Metais e Mineração | 96.3 |
Cury (CURY3) | Construção Civil | 95.7 |
Fras-le (FRAS3) | Bens de Capital | 95.1 |
Santos Brasil (STBP3) | Transporte | 94.5 |
Fonte: XP
As 10 ações evitadas pelos fundos
Na outra ponta, os gestores parecem evitar ações ligadas ao agronegócio, varejo e empresas cíclicas com performance mais volátil. JSLG3 (JSL), MRFG3 (Marfrig) e ECOR3 (Ecorodovias) aparecem entre os ativos com menor score.
Também chamam atenção nomes como MGLU3 (Magazine Luiza) e POSI3 (Positivo Tecnologia), que seguem penalizados por um ambiente macroeconômico ainda desafiador para consumo e tecnologia.
Ação | Setor | Score |
---|---|---|
JSL (JSLG3) | Transporte | 20.2 |
Camil (CAML3) | Alimentos | 19.6 |
Ecorodovias (ECOR3) | Transporte | 19.0 |
Minerva (BEEF3) | Alimentos | 18.4 |
Anima Educação (ANIM3) | Educação | 17.8 |
Raízen (RAIZ4) | Alimentos | 17.2 |
Azul (AZUL4) | Transporte | 16.6 |
Vamos (VAMO3) | Transporte | 16.0 |
Serna (SRNA3) | Utilities | 15.3 |
Lojas Quero-Quero (LJQQ3) | Varejo | 14.7 |
Fonte: XP
O que isso revela sobre o mercado?
O ranking da XP reflete uma reconfiguração no apetite por risco dos fundos. Enquanto setores defensivos voltam a ser priorizados, empresas expostas à volatilidade de commodities, consumo interno e juros altos são deixadas de lado.
“A pontuação dos papéis sintetiza a forma como os fundos estão posicionados, considerando não só o setor, mas também as características dos ativos em relação a qualidade, risco, valor e tamanho”, diz o relatório.
Para o investidor pessoa física, esse termômetro pode servir como um indicativo das tendências institucionais e, ao mesmo tempo, um alerta para oportunidades contrárias — afinal, muitos papéis historicamente subvalorizados se tornam promissores quando estão fora do radar.
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