
A nova edição do Liga de FIIs, programa do InfoMoney, vai ao ar nesta quarta-feira (18), às 18h, com um debate sobre o que fazer com seus rendimentos em tempos de juros elevados? O convidado do episódio é Arthur Moraes, professor de finanças e consultor com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.
Moraes defende que, embora os fundos imobiliários sigam relevantes no portfólio de longo prazo, os títulos públicos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+ com taxa de mais 7%, representam hoje uma oportunidade difícil de ignorar.
“Na minha opinião, um título público pagando IPCA+7 vale mais a pena do que qualquer fundo imobiliário neste momento. Mas não é para vender o que já tenho, e sim para redirecionar parte dos novos aportes”, explica Moraes.
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Segundo ele, não se trata de abandonar os FIIs — especialmente porque muitos estão sendo negociados abaixo do valor patrimonial —, mas sim considerar reinvestir parte dos rendimentos em renda fixa de longo prazo enquanto as taxas permanecem atrativas.
“O fundo imobiliário coloca dinheiro na conta todo mês. A pergunta é: o que fazer com esse dinheiro agora? A resposta pode ser dividir entre FIIs e Tesouro IPCA. E isso não depende tanto da Selic de hoje, mas da taxa real de longo prazo que o Tesouro está oferecendo”, acrescenta.
Portfólio não é coleção, alerta especialista
Moraes ainda comentou sobre a ansiedade de parte dos investidores a cada reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) — e como isso pode prejudicar a construção de uma carteira sólida de longo prazo.
Para ele, muitos investidores ainda confunde estratégia com reação imediata. “Tem muita gente que tem uma coleção de investimentos, não um portfólio. Compra produto porque o assessor indicou, acumula 15 ativos, mas sem planejamento algum”, critica.
Ele explica que o segredo está em ter um portfólio planejado, com visão de longo prazo. “Longo prazo não é seis meses, nem um ano, nem cinco. Longo prazo é uma vida. Juros vão subir e cair várias vezes ao longo do tempo. Não dá para ficar mudando a carteira a cada 45 dias por causa da Selic”, afirma.
O especialista também diferencia planejamento de plano: enquanto o primeiro define o “porquê” e a direção, o segundo costuma pecar pelo excesso de detalhamento. “Quanto mais detalhado for o plano, menos exequível ele é. Isso vale até para uma análise de fundo. Menos é mais. Planejamento é visão macro e deve guiar suas decisões mesmo em momentos de incerteza”, reforça.
“Há momentos, como agora, em que faz sentido reforçar aportes em renda fixa — mas isso não significa abandonar a carteira de FIIs. É só ajustar os próximos passos, sem sair do caminho traçado”, conclui.
Confira a entrevista completa – e mais dicas – de Arthur Moraes na edição desta semana do Liga de FIIs. O programa vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.
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