
Um novo estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) revelou que o consumo de álcool pode estar associado a mais um tipo de câncer: o de pâncreas.
Em janeiro deste ano, o cirurgião-geral do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos (EUA), Vivek Murthy, divulgou um parecer associando o álcool a sete tipos de câncer: mama (em mulheres), colorretal, esôfago, caixa vocal, fígado, boca e garganta. E, agora, os pesquisadores adicionaram mais um.
No entanto, a conscientização pública sobre essa ligação é baixa: apenas 45% dos americanos acreditam que o álcool tem um impacto significativo no desenvolvimento de câncer, segundo uma pesquisa nacional de 2019 do Instituto Americano para Pesquisa do Câncer.
Segundo eles, o câncer de pâncreas está associado à cerveja e bebidas destiladas, mas não à ingestão de vinho.
“O consumo de álcool é um carcinógeno conhecido, mas até agora, as evidências que o ligam especificamente ao câncer de pâncreas foram consideradas inconclusivas”, disse o autor sênior do estudo, Pietro Ferrari, chefe do Departamento de Nutrição e Metabolismo do IARC, em um comunicado à imprensa.
Para o estudo, os pesquisadores recrutaram 2,5 milhões de participantes com idade média de 57 anos, acompanhando-os por cerca de 16 anos. Do grupo, foram registrados 10.067 casos de câncer de pâncreas. Cada aumento de 10 gramas de etanol por dia no consumo de álcool foi associado a um aumento de 3% no risco de câncer de pâncreas, descobriu o estudo.

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“Nossas descobertas fornecem novas evidências de que o câncer de pâncreas pode ser outro tipo de câncer associado ao consumo de álcool, uma conexão que foi subestimada até agora”, afirma Ferrari.
O estudo mostrou que as mulheres que consumiam de 15 a 30 gramas de álcool — cerca de uma a duas doses padrão — por dia tiveram um aumento de 12% no risco de câncer de pâncreas. Enquanto os homens que consumiam de 30 a 60 gramas — duas a seis doses padrão — por dia tiveram um risco 15% maior de câncer de pâncreas, e a ingestão de mais de 60 gramas por dia foi associada a um risco 36% maior.
“Este estudo observacional examinou o consumo de álcool avaliado em um único momento durante a meia-idade e o final da idade adulta e incluiu um número limitado de coortes asiáticas”, escreveram os pesquisadores, revelando algumas limitações do estudo.
Eles revelaram também que são necessários mais estudos para entender melhor o papel do consumo de álcool ao longo da vida — por exemplo, no início da idade adulta — e a influência de padrões específicos de consumo, como o consumo excessivo de álcool.
Pesquisas mostram que quanto mais álcool uma pessoa consome — especialmente de forma regular e ao longo do tempo — maior é o risco de câncer. Essa associação é válida para todos os tipos de álcool: cerveja, vinho e destilados.
Mesmo o que consideramos “consumo leve” ou “moderado” — até uma dose por dia — aumenta o risco de alguns cânceres, como os da boca, faringe e mama.
“Não existe um nível seguro de consumo de álcool quando se trata de risco de câncer”, afirmou Ferrari.
A quantidade que você bebe afeta o seu risco
O relatório do cirurgião-geral define uma dose padrão como contendo 14 gramas de álcool — aproximadamente o equivalente a 150 ml de vinho, 355 ml de cerveja ou 44 ml de destilados. O relatório analisou evidências sobre câncer com base na quantidade de álcool consumida diariamente ou semanalmente.
Outros fatores de risco também importam
Embora o relatório analise especificamente os níveis de consumo, outros fatores — como sexo, genética, dieta e histórico familiar — também influenciam como o álcool afeta o risco de câncer.
Por exemplo, as mulheres são mais suscetíveis aos efeitos negativos do álcool, possivelmente porque demoram mais para metabolizá-lo. Além disso, comportamentos como fumar e beber aumentam o risco de cânceres de cabeça e pescoço.
Beber menos reduz (parte do) risco
Um grupo de trabalho da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer descobriu que abandonar ou reduzir o consumo de álcool a longo prazo estava associado a um risco menor de cânceres orais e esofágicos. No entanto, não está claro se ou quando o risco retorna ao normal.
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